Miss Diva | Um Filme da Minha Vida: O Náufrago (Cast Away) de Robert Zemeckis. [1/27/2001]
A primeira vez que me recordo de ver Tom Hanks foi num filme de terror de série B (o que quer dizer uma produção barata) cujo título era "Ele Sabe que Estás Só", que estreou em 1982 no desaparecido cinema Roxy. De seguida vi-o em algumas comédias juvenis como "Splash, a Sereia" ou "Solteiros e Tarados", começando a tornar-se um comediante mais respeitável com "Big", com o qual consegue a sua primeira nomeação para o Óscar. Títulos como "Joe Contra o Vulcão" e "Sintonia do Amor" (pelo meio houve um desastre chamado "A Fogueira das Vaidades") ajudam-no a tornar-se o perfect guy (não gay? essas mentes) next door do público americano. A confirmação final do seu talento e estatuto de estrela acontece com "Filadélfia", com o qual ganha o Óscar para Melhor Actor, repetindo a proeza no ano seguinte (o segundo actor a conseguir tal feito) com "Forrest Gump". Este ano tenho quase a certeza que vai estar mais uma vez na corrida aos Óscares, com este "Náufrago".
Realizado por Robert Zemeckis (um protegido de Steven Spielberg, que dirigiu Hanks em "Forrest Gump") este filme é uma espécie de versão moderna do clássico "Robison Crusoe" de Daniel Dafoe, sem o famoso Sexta-feira (no seu lugar temos uma bola de volei de nome Wilson). Em termos de argumento o filme não é por isso muito original, mas Zemeckis soube tirar o melhor partido da história e do seu actor. As sequências na ilha estão muito bem encenadas, sendo perfeitamente credíveis, obrigando-nos a pôr no lugar do personagem.
Não posso negar que o filme é demasiado longo e, como tal, a acção arrasta-se por vezes. Os restantes personagens também não estão lá a fazer muito, sendo Helen Hunt (a rapariga tem buço, ou será impressão minha?) mal aproveitada. Quanto ao final, não podemos esquecer que se trata de um filme americano e, como grande produção que é, convém que obedeça a certas regras internas.
O melhor do filme é Tom Hanks. É ele que mantém o filme vivo, dando-nos uma das suas melhores interpretações. O moço deu-se ao luxo de engordar para as cenas iniciais e depois teve 6 meses a dieta e a deixar crescer o cabelo e a barba (o resto mal se vê) para as cenas finais. Ele mostra toda a sua versatilidade, passando do drama para a comédia com a maior das naturalidades e sendo totalmente convincente em ambas as facetas. Claro que se não gostam dele, não vão gostar do filme, pois na realidade é ele, e ele apenas, que ocupa o écran durante quase toda a duração do filme.
Pessoalmente acho que o filme vale pela sua interpretação, quanto ao resto é tudo muito bem feitinho mas sem grandes rasgos.
Miss Diva
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