"Violeta", tinha apenas 19 anos e era trabalhadora sexual na avenida 5 de Julio na cidade de Maracaibo. Na madrugada do dia 6 de Julho a sua vida foi ceifada pela ultrajante acção de três pessoas que solicitaram os seus serviços e, em seguida, depois de a levarem com uma parceira ("Katiuska") para o município de São Francisco, bateram-lhe com uma ferramenta metálica até lhe causarem a morte.
Nos últimos anos aconteceram vários episódios semelhantes no estado de Zulia e muito pouco ou nada foi feito nos processos de investigação para encontrar os culpados e levá-los à justiça.
Ainda existem pessoas que acreditam que as "trans" procuram esse destino por trabalharem no comércio sexual, mas não sabem ou não querem saber que na maioria das vezes são forçadas a trabalhar neste campo porque a sociedade restringe ao máximo o seu potencial de trabalho, porque ao terem uma identidade de género oposta ao sexo biológico são excluídas do sistema de ensino e são mesmo humilhadas no sistema de saúde. Algumas têm a possibilidade de abrir um negócio, mas muitas outras acabam nas ruas das nossas cidades para poderem sobreviver.
Nesta ocasião, "Violeta" foi morta e outra transexual atacada anteriormente, "Katiuska" conseguiu sobreviver, apesar da tareia que recebeu com uma chave de cruz. Mas este tipo de situação é um drama diário: às vezes de carros em andamento atiram nelas ou lançam garrafas de vidro apenas por diversão, policias extorquem-lhes dinheiro e, por vezes, abusam delas sob a ameaça de prisão. O pior é que a maioria delas têm medo de se queixarem ou denunciarem com medo de sofrerem represálias ou, na melhor das hipóteses, porque não dariam importância à sua queixa.