A entrevista entra diretamente no assunto de ser provavelmente o primeiro atleta Português a apresentar-se abertamente como homossexual.
Aceito bem e para mim é importante. Sempre me entendi como homossexual, com preferência por pessoas do sexo masculino. Não é algo que me define enquanto pessoa mas é algo que tive de aceitar. Célio Dias
Célio Dias explica também que ainda há cada vez menos preconceitos mas ainda há "trabalho para ser feito" e destaca a importância de, como desportista, ser uma fonte de inspiração para as outras pessoas.
O atleta também considera que "pode ser feliz como qualquer outra pessoa", salienta a importância do movimento LGBT na integração na sociedade e não exclui a possibilidade de colaborar no mesmo.
Tempos complicados
Célio Dias começou no judo com 13 anos e evoluiu rapidamente para se tornar numa referência da modalidade a nível nacional. Depois de Bronze em Budapeste o atleta ia para os Jogos Olímpicos do Rio 2016 preparado para ganhar uma medalha. A derrota logo no primeiro combate foi complicada de gerir, teve uma depressão e passou por duas tentativas de suicídio, mas em 2017 voltou às competições ficando em 9º nos mundiais. Entretanto voltou a ter problemas mentais na área da esquizofrenia e passou por novos períodos complicados. Ao explicar as possíveis causas da doença, Célio Dias é claro: pode ter causa genética ou o culminar de um grande stress social.
Fui criado num bairro social, sou homossexual, cresci a lutar em muitas fases da minha vida para conquistar os meus objetivos. Célio Dias
Mas o atleta, agora com 25 anos, vê o futuro agora com optimismo e espera participar nos Jogos de Tóquio 2020
Estou numa nova fase, focado nos objetivos e na minha recuperação, voltando ao judo com a força que me caracteriza. Célio Dias
