Marc Siegel, programador da Berlinale, Professor Assistente em Estudos de Cinema na Universidade Goethe de Frankfurt e membro do Júri da Competição Queer Art, será responsável pelo workshop How Do I Look (Now)?. Neste workshop, falado em inglês e de entrada livre, mas de inscrição obrigatória, vamos olhar para o momento atual do cinema queer, retomando e repensando a questão que foi posta na origem dos estudos académicos sobre cinema queer: “how do I look?” Esta lúdica mas pertinente questão foi o título de uma conferência decorrida em 1989 em Nova Iorque e mais tarde de um livro, que foram a fundação de expressiva parte das primeiras teorizações sobre cinema e vídeo queer. Hoje, Marc Siegel argumenta que não nos devemos perguntar apenas “how do I look?”, mas também “where do I look?” Com base em dois filmes recentes, Jaurès, de Vincent Dieutre, vencedor do prémio de Melhor Documentário do Queer Lisboa 16, e Mondial 2010, de Roy Dib, vencedor do prémio de Melhor Curta-Metragem em 2014, Siegel sugere que o cinema e cultura queer devem olhar para fora da sua janela, para além dos interesses da relação e do estado.
O filme La Visita, realizado pelo chileno Mauricio López Fernández conta a história da filha de uma empregada doméstica que trabalha para uma família rural conservadora e que regressa à sua terra natal após vários anos, devido à inesperada morte do pai, para velar o seu corpo. É esperado dela que substitua a figura masculina da casa. Mas durante este longo período de ausência ela decidiu empreender uma grande mudança e regressa totalmente transformada numa deslumbrante mulher. O filme explora as muitas reações dos familiares e amigos, bem como o impacte destas mesmas reações na vida da protagonista. La Visita faz parte da Competição de Longas-Metragens.
Nos Documentários em competição será exibido o último filme de Malachi Leopold, empreendedor social, cineasta e ativista pelos Direitos Humanos, sendo também fundador da Left Brain/Right Brain Productions, uma produtora com missão de criar uma mudança social positiva. Alex & Ali é um documentário sobre um ex-voluntário do Corpo da Paz, Alex, que passou uma década no Irão (1967-1977). Nesse período, conheceu e apaixonou-se por Ali, um iraniano que Alex viu como sua alma gémea. Quando a revolução islâmica eclodiu no final dos anos 1970, Alex foi forçado a deixar o Irão e Ali. Mas os dois homens mantiveram a sua relação viva através de cartas, telefonemas e e-mails.
Premiado com o Tiger Award no Festival Internacional de Cinema de Roterdão, Videofilia (Y Otros Síndromes Virales), de Juan Daniel F. Molero, terá a sua estreia nacional no Queer Lisboa 19, e está em competição na secção Queer Art. Nesta sua primeira longa-metragem de ficção o cineasta peruano centra-se numa adolescente problemática que passa os primeiros dias de férias procrastinando e experimentando drogas e sexo cibernético. Conhece Junior pela internet, um traficante de porno amador. Depois de se conhecerem no “mundo real”, estranhas personagens entram em cena e começam a ter lugar estranhos acontecimentos. Esta história contemporânea de não-amor acontece numa Lima contaminada de decadência espiritual, psicadelismo e ruínas pré-incaicas espalhadas pela extensão da cidade.
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