Antes Joana agora Juani, de estatura pequena e bigode, disse ser este o seu sonho desde sempre, poder ser identificado como um homem normal, são palavras suas. Sempre rejeitou vestir vestidinhos que a mãe assim desejava que ele usasse, mas ele preferia andar de calças sem t-shirt e descalço como a maioria dos rapazes. Tentou desde muito cedo trocar o seu nome de Joana para Juani, mas foi-lhe sempre vedada essa hipótese, e quando lhe quiseram obrigar a usar uniforme feminino na escola, ele abandonou os estudos.
Volta aos estudos já adulto, com o apoio de um director que conseguiu convencer os professores a inscreve-lo como Juani, que gostaria de ter estudado para engenheiro mas o nome de Joana nunca foi uma facilidade tornando as coisas impossíveis.
Aliás Juani faz um exercício perceptível, que é ocultar as dificuldades que viveu preferindo exaltar aqueles e aquelas que sempre o apoiaram como a sua família e a activista, Mariela Castro, directora do CENESEX, e filha de Raúl Castro.
Em 2004 Mariela havia prometido a Juani que faria a sua operação, cumprindo essa promessa anos depois. Mariela é a rosto da luta pelos direitos das pessoas LGBT em Cuba.
Fernando, 67 anos, o irmão mais velho de Juani, sempre que as pessoas amigas da família perguntam por Joana, ele diz que ela faleceu, porque é assim que entende, que espiritualmente Joana morreu.
Nós questionamo-nos se alguma vez existiu, dado que Joana sempre se sentiu Juani.