Os relatos indicam que milhares de pessoas se reuniram perto da Avenida Istiklal e da Praça Taksim, local originalmente marcado para a realização da marcha que foi pelo 5º ano consecutivo banido pelas autoridades locais. Foram recebidos por forte aparato policial, incluindo veículos de canhões de água, várias pessoas foram identificadas, e a polícia usou gás lacrimogéneo para dispersar a multidão após a leitura do comunicado de imprensa.
No entanto a polícia permitiu que as pessoas se reunissem e fosse lida uma declaração pública pela Semana do Orgulho LGBT+ de Istambul na pequena Mis Street, com direito a bandeiras arco-iris e trans em alguns edifícios da rua.
Na sexta-feira, a Amnistia Internacional denunciou as alegadas preocupações de segurança indicadas pelas autoridades, dizendo:
[A proibição pelas autoridades] é uma tentativa clara de apagar a presença coletiva pública de um grupo que, nas palavras do proprio governo, é considerado 'socialmente censurável' Amnistia Internacional
O comunicado de imprensa, em turco, denunciou a brutalidade policial e estatal contra o Istanbul Pride e afirmou que a parada continuaria de qualquer maneira.
Essas marchas tornaram-se cada vez mais difíceis a cada ano e, como nos deparamos com o ódio, conseguimos-nos manter seguros sendo LGBT+ e fazer ouvir as nossas vozes. Ao contrário dessas provocações pacíficas, os crimes de ódio do estado tornaram-se são evidentes com a brutalidade policial. Istanbul Pride
O comunicado também explica que a comunidade LGBT+ não será dividida ou diminuída pela violência e que os organizadores nunca desistirão de chegar e celebrar em Taksim.
O orgulho de Istambul foi celebrado anualmente entre 2003 e 2014, altura em que atraiu dezenas de milhares de participantes num dos maiores eventos LGBT+ num país de maioria muçulmana. Desde então as autoridades turcas têm proibido o evento alegando questões de "segurança". Embora a homossexualidade seja legal desde que existe a moderna república turca, os indivíduos LGBT+ são alvos de assédio e abuso regular incluindo pelas próprias autoridades.
No final da leitura do comunicado as autoridades dispersaram a multidão recorrendo a gás lacrimogéneo, balas de borracha e bastonadas. Pelo menos cinco pessoas foram detidas.
