De nome Work it, a sitcom gira à volta de dois vendedores de automóveis que ficam desempregados quando o stand onde trabalhavam é encerrado, papéis interpretados por Ben Koldyke e Amaury Nolasco, e que se vestem de mulheres para conseguirem emprego numa farmacêutica que procura mulheres para trabalharem como delegadas de propaganda médica.
Ambas as associações, a Gay and Lesbian Alliance Against Defamation (GLAAD) e a Human Rights Campaign (HRC) afirmam que a série cómica reflecte estereotipos negativos sobre a comunidade transgénero e transexual.
A HRC pede aos seus integrantes e apoiantes para enviarem emails à estação televisiva pedindo que não transmitam a série que reforça estereotipos negativos e prejudiciais sobre as pessoas transexuais e transgéneros.
A série,, de acordo com a ABC, não tem a pretensão de reflectir a comunidade trans, sendo considerada pela estação como uma versão actualizada de uma outra comédia Bosom Buddies, mas ambas as organizações não conseguem ver o humor.
A transfobia ainda é demasiado prevalecente na nossa sociedade e esta comédia só vai contribuir para isso afirmou o presidente da GLAAD, Mike Thompson, no website da organização, acrescentando que Só vai reforçar a falsa crença que as mulheres trans não passam de homens fingindo serem mulheres e que os seus esforços por viverem verdadeiramente como mulheres são uma forma de mentiras ou embustes.
Em Portugal existe o mesmo tipo de humor exibido pela RTP1 no programa cómico Estado de Graça transmitido ao fim de semana, no sketch Odeio bichas modernas, com Joaquim Monchique, que reflecte um humor corrosivo e mesmo ofensivo dos estereotipos associados à comunidade LGBT.
No entanto, em Portugal, este tipo de humor desprestigiante e barato, conta com o total apoio dos grupos e/ou associações LGBT que parecem fazer gala em apoiar e incentivar este tipo de humor negativo pela ausência de contestação e mesmo de reacções.