Alexandra, de 11 anos, vive presentemente com a sua mãe, que a apoia na sua transição. É uma criança alegre e que gosta de rosa, de Harry Potter e do seu unicórnio de peluche. Por se identificar como rapariga, espera aceder ao tratamento hormonal que atrase a sua puberdade.
Mas o seu pai, divorciado de sua mãe, opõe-se à sua decisão e considera que a sua transexualidade é na realidade uma doença mental causada pela sua mãe e quer que a sua filha seja internada e entregue ao estado.
Depois de ter sido aconselhado por uma enfermeira que trata do caso, contactou os serviços alemães que tratam do bem estar de crianças em Berlin e conseguiu obter uma ordem judicial que autoriza o internamento de Alexandra em qualquer altura.
Os serviços alegam que a criança é nova demais para poder tomar uma decisão sobre o seu género.
As autoridades também aconselharam contra qualquer tratamento hormonal que atrase a puberdade, afirmando que é o tipo de coisa que mudará a mente de Alexandra sobre o não ser rapaz, além de aconselharem futebol e carros para a fazer mais masculina. Como se não bastasse, querem-na com uma família de acolhimento.
Alexandra terá dado uma entrevista em Janeiro na qual afirma que, desde que se recorda, sempre se identificou no feminino, e é aceite como menina na escola, onde desde cedo foi registada como tal.
A mãe apelou para o supremo tribunal e activistas exigem que a criança seja autorizada a permanecer com a sua mãe.
Mais de 3500 pessoas já assinaram uma petição online contra a decisão das autoridades juvenis de Berlin.
A International LGBTQ Youth and Student Organisation (IGLYO), sediada em Bruxelas já expressou temor pelo bem estar da criança.
Um porta-voz afirmou que a IGLYO segue as pesquisas que demonstram que terapias reparativas da orientação sexual ou identidade de género podem ser muito nafastas a crianças.
Consideramos ser extremamente irresponsável e inaceitável a remoção de qualquer criança de uma casa que apoie e dê amor sem uma pesquisa completa e sem a consulta de peritos. A institucionalização desta criança viola muitos direitos humanos, entre os quais a Convenção dos Direitos da Criança, a Declaração Universal dos Direitos Humanos e a Convenção Europeia sobre Direitos Humanos, afirmou.
Aguardam-se com expectativa movimentações da Transgender Europe e da ILGA Europe sobre este caso.
Petição online: www.change.org/petitions/mayor-of-berlin-stop-the-institutionalization-of-a-11-year-old-transexual .