O homicida, segundo a polícia, terá sido um homem com traços orientais, elegantemente vestido e com o qual a vítima discutiu momentos antes da sua morte.
Segundo testemunhas, um homem alto e com traços orientais aproximou-se da travesti e logo de seguida iniciaram uma acalorada discussão. Num descuido da vítima, o desconhecido golpeou-a no rosto e tirou-lhe a mala, para seguidamente a atingir com três tiros à queima-roupa: no rosto, no pescoço e no tórax, pondo-se imediatamente em fuga. Apesar das graves feridas, 'Papucha', como era conhecida, caminhou até à rua onde desfaleceu.
Um vigilante afirmou que "o assassino saiu de um local público onde se realizava um casamento".
Horas depois, várias pessoas dirigiram-se à morgue onde disseram serem familiares da travesti, identificando-a pelo seu nome de baptismo e informando que ela tinha 25 anos e era natural de Moquegua, retirando-se depois sem prestar depoimentos à polícia.
No mesmo dia à tarde, um grupo LGBTT manifestou-se na Plaza Mayor de Lima contra a violência e os crimes de ódio que anualmente cobram a vida a cerca de 70 integrantes dessa comunidade. Denunciaram também o crime perpetuado na madrugada.
Os manifestantes pertenciam a organizações do Colectivo Marcha del Orgullo Lima, empunhando cartazes e faixas com os nomes de vítimas destes crimes recolhidos dos Relatórios Anuais de Direitos Humanos elaborados pelo Movimiento Homosexual de Lima (MHOL) entre 2004 e 2007.
Inicialmente a polícia tentou impedir a manifestação, mas mediante um acordo, o grupo posicionou-se na Pasaje Olaya, onde aguardou pela imprensa para cobrir o evento.
Ao final da tarde, foi realizada uma marcha pelo centro de Lima em honra das vítimas de crimes de ódio, participada por mais de 100 pessoas.