A Pink News descreve a situação como homens homossexuais e mulheres trans na Síria foram alvo de violação com cassetetes, paus de madeira, cachimbos e garrafas por parte funcionários do governo e por militantes do ISIS.
O relatório da HRW relata os atos brutais baseados em entrevistas realizadas no vizinho Líbano com 40 pessoas LGBT+ e três homens heterossexuais, bem como vários assistentes sociais e representantes de organizações humanitárias. O relatório de 77 páginas, publicado esta quarta-feira (29 de julho), detalha a crueldade sexual contra civis LGBT+ quer por funcionários do governo quer por grupos armados não estatais, incluindo militantes do ISIS.
Além dos abusos sexuais que incluem mutilação, choques elétricos e queimar genitais, são também relatadas outras formas de humilhação e terror. Uma mulher trans descreveu o momento em que militantes do ISIS mataram um amigo gay seu, empurrando-o do topo de um edifício.
Em geral as mulheres e raparigas são alvo de abusos em situações de guerra, mas as pessoas trans (incluindo transexuais e pessoas não-binárias) assim como qualquer pessoa que se pense ser homossexuais são um alvo específico destes atos atrozes, segundo o relatório. E para piorar a situação as pessoas LGBT+ não são, normalmente, consideradas nos mecanismos de apoio às vítimas da violência na guerra e enfrentam discriminação adicional quando procuram ajuda. Este espectro de violência tem impacto brutal na vida dos sobreviventes, com relatos de depressão, stress pós-traumático e perda de esperança, além de sequelas físicas como sangramento retal, dor muscular ou ficam infectados com o VIH. Os abusos acontecem em múltiplas circunstâncias, desde postos de controlo, a buscas domiciliares em busca de apoiantes da oposição nos primeiros anos do conflito.