Depois de no ano passado ter sido gerada alguma confusão sobre se os homens que tivessem sexo com homens podiam ou não doar sangue e o Ministério da Saúde ter vindo defender a teoria que não havia nenhuma discriminação eis que nas últimas semanas a situação tornou-se ainda mais confusa.
A Assembleia da República aprovou em Abril uma recomendação no sentido de permitir a doação por parte de homens homossexuais. No entanto o Jornal de Notícias de 26 de Julho anunciava que o Ministério da Saúde não iria tomar nenhuma medida neste sentido. Esta é aliás a posição defendia pelo presidente do Instituto Português do Sangue, Gabriel Olim, que se mostra frontalmente contra a eliminação nos questionários feitos aos potenciais dadores sobre se sendo homens tiveram sexo no passado com outros homens. Pelo contrário o Coordenador Nacional da Comissão para o VIH/SIDA Prof. Doutor Henrique Barros já veio a público defender que o que é preciso questionar é sobre os comportamentos específicos e que o sexo de quem se teve sexo com não deveria ser factor de exclusão.
Mas eis que agora, Ana Jorge, Ministra da Saúde veio a público indicar que os serviços do Ministério da Saúde vão reforçar as recomendação aos locais de colheita de sangue para que expurguem os inquéritos a preencher pelos dadores de quaisquer questões relativas à orientação sexual. Esta foi a reacção da ministra da Saúde quando confrontada com um formulário utilizado recentemente no Hospital de Santo António, no Porto, em que aparece a questão: Se é homem, alguma vez teve relações sexuais com outro homem?.
"Do inquérito constam apenas perguntas relacionadas com o comportamento das pessoas, independentemente de serem homo, hetero ou bissexuais", insistiu a governante em declarações aos media referindo-se a um modelo de inquérito preparado pelo Ministério mas que não estará em utilização em todos os locais neste momento.
Resta saber quanto tempo irá demorar até que as recomendações "reforçadas" sejam postas em prática e se não irão ser utilizados outros métodos para excluir homens homossexuais da doação de sangue.