Tara Hudson de 26 anos confessou ter participado num assalto, o tribunal condenou-a à prisão, mas ignorou o seu género. Tara foi enviada para uma cadeia de homens e não se trata de uma cadeia qualquer, mas uma das mais violentas do Reino Unido.
A decisão foi baseada no fato de Tara ainda não ter os documentos legais que comprovem o seu sexo. Para o tribunal o fato de Tara ter um passaporte onde é identificada como do sexo masculino é o suficiente para ignorar as directrizes que recomenda aos tribunais que no caso de pessoas transexuais os tribunais devem ter em atenção o seu género mesmo que este ainda não tenha os documentos finais.
O Ministério da Justiça em 2011 publicou directrizes sobre o cuidado que os tribunais devem ter com as pessoas transexuais que não estejam na posse de um certificado que reconheça o seu sexo e género, devendo estes serem submetidos a uma avaliação por agentes habilitados para considerar se o indivíduo é susceptível de satisfazer os critérios para receber um certificado de reconhecimento de género bem como os riscos tanto para o indivíduo como para os outros prisioneiros nos estabelecimentos actuais e potenciais.
A mãe de Tara, Jackie Hudson, teme pela segurança física da filha bem como pela sua saúde mental, Jackie informou o tribunal que Tara viveu toda a sua vida adulta como mulher, e nestes últimos seis anos tem feito medicação e cirurgias no sentido de reasignação de sexo, informação que o tribunal ignorou.
Do outro lado, os serviços prisionais dizem que "é política de longa data colocar os infractores de acordo com seu género legalmente reconhecido. Não foi feita qualquer referência aos presos transexuais que fizeram a transição, mas que não estejam na posse de um documento legal correspondente'.