O martírio de Natalia (nome que usa apesar de ter ainda a genitália masculina) começou em 2004, quando se submeteu a inúmeros exames psicológicos, que confirmaram a sua auto-identificação como mulher. Ainda assim, por duas vezes os tribunais indeferiram o seu pedido sob o argumento de que a permissão dos pais não era suficiente para autorizar uma operação irreversível.
A cada recusa Natalia tinha crises emocionais graves. Disseram-lhe barbaridades no processo e só graças à família e aos amigos continua viva, porque se fosse pelo Estado e a Justiça argentinos já se tinha suicidado, afirma Pedro Paradiso Sottile, coordenador da Área Jurídica da Comunidade LGBT da Argentina.
Quando Natalia decidiu tornar público o seu caso, através dos media, o Supremo Tribunal ordenou novos exames psicológicos e a autorização acabou por chegar.
[Artigo com ligeiras edições pelo PortugalGay.PT]