Will You Dance With Me?, filme que faz uma ponte entre as secções Queer Art e Queer Pop, resulta de imagens captadas em vídeo por Derek Jarman em 1984 no clube londrino Benjy’s num momento em que se faziam ensaios para o filme Empire State, de Ron Peck, que será também exibido nesta edição do Queer Lisboa. O filme, que não tinha originalmente a intenção de ser exibido, oferece um ponto de vista fascinante sobre a cena nocturna da Londres dos anos 80, mostrando a banda sonora (escolhida pelo DJ residente, marcas evidentes daquele tempo). O olhar de Jarman transforma todavia os figurantes em personagens e, aos poucos, ao longo da noite que avança, com eles sugere uma possível narrativa. Como complemento áquela que é a primeira exibição mundial deste filme após a sua estreia absoluta numa sessão da edição deste ano do festival London Flare, no BFI (Londres), a secção Queer Pop propõe, pelas 18h30 no Cinema São Jorge, uma retrospectiva comentada de alguns entre os melhores telediscos do realizador, feitos para artístas como os Pet Shop Boys, Marc Almond, Bryan Ferry, The Smiths, ou Marianne Faithfull.
O filme de Marie Amachoukeli, Claire Burger e Samuel Theis, Party Girl é um dos pontos altos do Queer Lisboa 18. Party Girl, a história de uma mulher de 60 anos, que não perdeu o gosto pelas festas, pelos homens, e pelo cabaret onde trabalhou anos a fio, foi apresentado na secção Un Certain Regard da edição deste ano do Festival de Cannes. Na Competição de Longas-Metragens, é também exibido L’Armée du Salut, de Abdellah Taïa, e na competição para melhor Documentário American Vagabond, de Susanna Helke, e Profezia, L’Africa di Pasolini, de Gianni Borgna e Enrico Meduni. Este último, juntamente com L’Armée du Salut, integra também a secção Queer Focus on Africa, contribuindo ambos os títulos para um debate em torno das expressões alternativas da sexualidade no continente africano, com o mote “África Para Lá da Heteronormatividade” a ter lugar às 16h30 no Cinema São Jorge.
A Competição de Curtas-Metragens é inaugurada hoje com o Programa de Curtas 1, com Acrobat de Eduardo Menz, Heile Gänjse de Matt Lambert, Rough Trade de Drew Lint, e Trans, de Mark Chapman. Os realizadores Dário Pacheco e José Gonçalves irão apresentar a sua curta Boys, também exibida nesta sessão, às 19h00 na Sala 3.
La Partida, de Antonio Hens, na secção Panorama, é a história de dois jovens cubanos e de como os jogos de aparências que fazem o seu dia-a-dia escondem não só a descoberta de uma atracção mútua como um plano em paralelo onde a prostituição surge como fonte de rendimentos extra para si e as suas famílias. O filme é assinado por Antonio Hens, realizador de quem o Queer Lisboa apresentou a sua longa-metragem anterior, Clandestinos.
Na secção Queer Art, que procura dar ênfase às linguagens e formas narrativas mais marginais do Cinema Queer actual, Stella Cadente, de Luís Miñarro, é a versão insólita da história do reinado conturbado e fugaz de Amadeu de Sabóia, rei de Espanha; ao passo em que One Deep Breath, de Antony Hickling, nos fala da luta de duas pessoas para lidar com o suicídio do amante de ambos. O realizador Antony Hickling estará presente nesta sessão.
