A lei indiana abriu o acesso à adoção de pessoas solteiras, separadas e ou divorciadas na expectativa de dar um oportunidade de um lar às mais de 20 milhões de crianças orfãs no país, muitas a viver na rua em condições super-precárias.
Contudo as Missionárias da Caridade, a instituição fundada por Madre Teresa, dizem que as novas diretrizes não são para pessoas religiosas: a irmã Amala diz mesmo que essas diretrizes “ferem” a sua consciência. E explicam que não querem que as “suas” crianças sejam adoptadas por pessoas homossexuais, pois segundo a instituição os gays e lésbicas “certamente não são pessoas religiosas como nós”. E concretizam “e se o pai que dermos a nossa criança for gay ou lésbica? Que tipo de segurança ou educação moral essas crianças vão ter?”. É com base nesta justificação (?) que as Missionárias da Caridade encerraram o acesso de adoção na sua instituição fazendo assim frente à nova legislação. Para a irmãs da instituição criada pela Madre Teresa as familias homossexuais não são capazes de educar essas crianças.
Madre Teresa morreu em 1997, e sempre se manifestou contra a adopção e o uso de contracetivos e chamava às pessoas homossexuais de “amigos de Jesus”, instigando-os a uma vida casta. Recebeu o Prémio Nobel da Paz em 1979 e era uma pessoa prática sendo que um dos principais objectivos da sua rede de missões dar apoio a pessoas infetadas pelo VIH/Sida sem olhar a orientações sexuais e tendo em conta as limitações de recursos de cada local.