A mudança já vinha sendo pedido por alguns há muitos anos, e por muitos mais nos tempos mais recentes. A agência de saúde da ONU confirmou que não há evidências de que a discordância de género seja um transtorno mental ao rever a Classificação Internacional de Doenças (CID) e explicou que a divulgação desta nova actualização deve ajudar a combater o estigma que as pessoas trans enfrentam.
A incongruência de género, entretanto, também foi removida dos transtornos mentais na CID, para condições de saúde sexual.
O raciocínio é que, as evidências são claras de que não é um transtorno mental, e na realidade classificá-lo como tal pode causar enorme estigma para as pessoas transgéneras, mas ainda existem necessidades significativas de cuidados de saúde que podem ser melhor atendidas se a condição for codificada no CID CID OMS
Geoffrey Reed, professor de psicologia clínica na Universidade de Columbia e consultor chefe das secções de saúde mental e comportamento do CID, explicou que as pessoas trans poderão ter acesso a cuidados mais apropriados mais facilmente com o novo código destacando os benefícios sociais desta "mensagem muito forte".
Veremos quanto tempo demora a essa mensagem chegar ao "mundo real". Entretanto por Portugal a nova lei de auto-determinação de género (e não-mutilação de crianças intersexo) foi aprovada no Parlamento em Abril, mas vetada no início de Maio por Marcelo Rebelo de Sousa. As vidas das pessoas trans ficam em suspenso até que a situação seja, esperamos, resolvida pelo Parlamento.