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Domingo, 16 Setembro 2007 04:48

TELEVISÃO
RTP não queria beijo de lésbicas na série



PortugalGay.pt

As actrizes Sofia Aparício e Elsa Raposo protagonizavam o casal homossexual que, na ficção da RTP Um Estranho em Casa, tomava a decisão de ter um bebé. A opção das personagens foi celebrada com um beijo, momento que o canal público chegou a pensar não passar.


A revelação foi feita ontem por Isabel Medina, autora da série, durante o debate sobre personagens homossexuais na ficção televisiva portuguesa, organizado no âmbito do Queer Lisboa 11, o Festival de Cinema Gay e Lésbico que decorre até 22 de Setembro.

"A RTP só teve conhecimento da relação homossexual [entre as personagens interpretadas por Sofia Aparício e Elsa Raposo] quando a série foi para o ar", revelou a argumentista, que admitiu não ter incluído o envolvimento na sinopse que entregou ao canal público, para evitar "discussões" ou mesmo cortes. "A RTP é muito conservadora", afirmou a autora.

Quando o beijo chegou, o canal público "teve medo de chocar as pessoas, e de as afastar da série", revelou Isabel Medina, que acredita que a questão foi tratada "na perspectiva das audiências". Apesar de esse momento ter acabado por passar, a autora confessa que nem tentou mostrá-las juntas na cama, ao acordar, ou ao deitar, como faria sem problemas com um casal heterossexual.

Para Rui Vilhena, autor das novelas Tempo de Viver e Ninguém como Tu (TVI), e que actualmente supervisiona o remake de Vila Faia e a adaptação de Equador, o objectivo é "trabalhar na mudança das mentalidades".

Beijo camuflado

"A novela não corresponde à realidade se não tiver as personagens homossexuais", disse o guionista, que admite não querer chocar as pessoas.

"Um beijo pode ser prejudicial" para aquilo que pretende. Razão pela qual, em Ninguém como Tu (TVI), optou por camuflá-lo. A personagem Sérgio socorreu com respiração boca a boca o surfista João, representado por Frederico Barata. "E lá estava o beijo", disse o autor.

"E se não houvessem restrições?" A questão foi colocada por Luís Assis, o actor que moderou o debate. Os convidados admitiram que iriam mais longe. Mas "infelizmente, vivemos numa sociedade em que o amor choca e a violência é banal", afirmou Vilhena, e isso "como ser humano, não faz sentido para mim".

Até ao fecho da edição, o DN não conseguiu contactar a RTP

[Ver o programa completo do festival de cinema em: www.queerlisboa.org ]

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