Hoje em dia "Mr J" é legalmente um homem e pode casar-se com uma mulher de acordo com a Lei de Reconhecimento de Género de 2004. No entanto, três juízes do Tribunal de Apelações indicaram que ele era uma mulher para efeitos legais durante seu casamento, que começou em 1977, com a empresária "Mrs C". Em particular "Mr J" ainda era uma mulher quando a filha foi concebida em 1991 e, como não existia casamento legal, ele agora não pode ser considerado pai da jovem, apesar de ter desempenhado esse papel durante anos.
O transexual realizou tratamentos hormonais e retirou suas mamas com cerca de 30 anos de idade, pouco antes de conhecer "Mrs C", na época com 20 anos e proveniente de uma família de classe alta. Escondeu da esposa o seu sexo biológico durante 17 anos, utilizando um pénis artificial. "Mrs C" apenas descobriu que seu marido já foi uma mulher quando se separou dele e viu no Tribunal a certidão de nascimento.
Em 1996, o transexual, que agora tem 59 anos, levou sua mulher aos tribunais reivindicando metade de sua fortuna. O casal tem outro filho, de 18 anos, concebido também por inseminação artificial.
"Mrs C", que casou pela segunda vez, pediu ao Tribunal ajuda psicológica para explicar aos filhos o verdadeiro passado do pai.