A cidade de São Francisco, acompanhada por grupos como a União Americana para as Liberdades Civis ou o Centro Nacional para os Direitos das Lésbicas, recorreu da decisão, recentrando o caso em termos de direitos jurídicos. Os seus argumentos foram reconhecidos pelo juiz Richard Kramer do Tribunal Superior do Condado de São Francisco, que considerou a proibição do casamento entre pessoas do mesmo sexo "uma arbitrariedade impermissível" em clara violação dos preceitos da Constituição estadual. O juiz rejeitou o argumento da Procuradoria-Geral da Califórnia, que alegou que a legislação que reconhece o estado de união de facto entre casais homossexuais demonstra que não existe discriminação baseada nas opções sexuais. No entanto, o juiz considerou que o Estado não tinha qualquer motivo legal ou racional para limitar a legalização do casamento a casais constituídos por um homem e uma mulher. A decisão do juiz Richard Kramer ainda é passível de recurso e é esperado que o caso chegue até ao Supremo Tribunal da Califórnia. Enquanto não houver uma decisão final, a câmara de São Francisco continua a não poder realizar casamentos entre pessoas do mesmo sexo. Várias organizações religiosas e conservadoras que contestam o casamento entre homossexuais já anunciaram a sua intenção de contestar a decisão, anunciando que, se o Supremo legislar no mesmo sentido, vão apresentar uma proposta de emenda da Constituição da Califórnia. Rita Siza, Washington