"Como os atos homossexuais não podem preencher o fim natural da sexualidade humana, eles nunca são moralmente aceitáveis", disse o bispo Arthur Serratelli, que comandou a comissão que redigiu as novas diretrizes. "Tais atos além do mais não levam à verdadeira felicidade humana."
Mas um ativista católico homossexual disse que as novas regras só servirão para afastar ainda mais os homossexuais das igrejas. "Eles dizem às pessoas para simplesmente ficarem no armário. Essa não é uma abordagem saudável para ninguém", disse Sam Sinnett, presidente da entidade DignityUSA, em entrevista telefônica.
As novas diretrizes tentam conciliar os rígidos ensinamentos da Igreja a respeito da sexualidade com um rebanho norte-americano de 65 milhões de fiéis que frequentemente ignoram as orientações do clero.
Uma comissão concluiu que apenas 4 por cento dos católicos casados usam o planejamento familiar natural, como recomenda a Igreja, ao invés de métodos artificiais de controle da natalidade.
As novas regras condenam a discriminação contra gays e lésbicas, mas se opõem às uniões civis e casamentos homossexuais e dizem que pessoas declaradamente homossexuais não devem ser padres e freiras.
A adoção por casais homossexuais também foi desincentivada, embora os filhos de casais gays possam ser batizados se houver intenção de criá-los no ambiente religioso.
As diretrizes admitem que os homossexuais não escolhem sua orientação sexual, e que as "inclinações" homossexuais por si só não são pecaminosas.
Mas quem sentir tais inclinações deve permanecer celibatário e só deve contar a respeito a parentes e amigos íntimos, segundo o documento.
"Isso é uma discordância sobre o comportamento da moralidade, e não sobre o valor da pessoa humana individualmente", disse o arcebispo George Niederauer, de San Francisco.
Quem estiver em franca violação dos ensinamentos da Igreja não deve receber a comunhão durante as missas, disseram os bispos em outro documento. Isso inclui homossexuais, heterossexuais adúlteros e políticos que apóiam o direito ao aborto.
Mas os bispos consideraram polêmica demais uma proposta para negar a comunhão também a casais casados que usem métodos anticoncepcionais artificiais.
Manifestantes diante do local da conferência disseram que os bispos estão perdendo tempo com questões sexuais em detrimento de outras mais prementes, como a guerra do Iraque.
Na segunda-feira, os bispos disseram que as tropas dos EUA devem permanecer no Iraque "só enquanto sua presença contribuir para uma transição responsável".
Isso não satisfez vários manifestantes, que levavam um cartaz com os dizeres: "Seu silêncio sobre a guerra é ruim".
"Por meio do seu silêncio, eles estão autorizando os católicos a matar", disse o padre aposentado Emmanuel McCarthy. "Eles fracassaram absolutamente em dar santuário adequado às almas imortais dos católicos."