Komil, assim chamado para manter o seu anonimato, falou com RFE/RL's Tajik Service (Radio Free Europe/Radio Liberty Tajik Service) e contou que um grupo de homens se acercaram dele e o atacaram com murros e pontapés enquanto lhe gritavam que ele devia ter vergonha de ser homossexual.
Komil protegeu a sua identidade porque diz que "não quero morrer" e embora também tenha dito em antena que não vai apresentar queixa, por medo da sua própria segurança, foi ele que contactou a rádio para contar não só o sucedido como também a sua vida enquanto adolescente gay no Tajiquistão.
Komil falou dos tratamentos que os seus pais o submeteram, que supostamente iriam "curar a sua homossexualidade".
Sobre o ataque de que foi vítima diz Komil que a determinada altura um dos homens apontou-lhe uma faca à cara e ele protegeu-se com as mãos e os braços e por isso limitou os seus ferimentos aos membros e aos ombros. Os homens só o largaram quando ele gritou por socorro e foi nessa altura que outras pessoas o levaram ao hospital.
A entrevista mostrou uma vítima de um ataque homofóbico mas também uma vítima de uma vida de negação que Komil sofreu durante 25 anos e que diz não querer continuar... "Eu quero ter a possibilidade de viver como eu sou".
A lei do Tajisquistão não pune a homossexualidade mas também não protege as pessoas com base na orientação sexual. E a cultura religiosa não ajuda, exemplo de um sermão num serviço religioso muçulmano: "É dever de cada muçulmano não fechar os olhos sobre o assunto, e tentar dissuadi-los da homossexualidade".