Em Espanha o público já não fica surpreendido quando os concorrentes de reality shows assumem, perante as câmaras, a sua orientação homossexual. Um deles foi Israel Gonzalez, aspirante a cantor, que participou na terceira temporada de Operação Triunfo (TVE). Na versão espanhola de Big Brother, os casos acumulam-se. Depois de Noemí e Raquel, duas lésbicas, terem vivido um romance em Gran Hermano 3, na sexta edição do programa surgiu Nicky, um transsexual masculino. Já na Quinta das Celebridades do país vizinho, emitida pela Antena 3, um dos convidados era Shangay Lilly, célebre drag queen espanhol. Mais relevante ainda é Juanma e David, dois homens que se apaixonaram no reality show La Casa de Tu Vida, terem vencido o concurso do canal Telecinco.
A britânica Alex Parks, vencedora de Fame Academy (BBC), manifestou orgulho por representar um modelo a seguir por outras jovens lésbicas. Estou um pouco preocupada, porque é uma grande responsabilidade. Mas fico satisfeita se fiz algo em benefício de outras pessoas, afirmou.
Os brasileiros demonstraram menos tolerância em relação às confissões dos concorrentes homossexuais. A polémica perseguiu Jean, do Big Brother Brasil 5. Enquanto a comunidade gay do país se mobilizou para o manter em jogo, muitos heterossexuais apelaram à sua expulsão. Rogério Munhoz, professor de filosofia e concorrente de Vinte e Poucos Anos, produção da MTV Brasil, arrependeu-se de ter assumido a sua homossexualidade no programa. Assumi por causa do preconceito dos outros concorrentes. Mas não o faria de novo, fiquei muito exposto. Não imaginava o alcance da TV. Perdi até amigos de infância, confessou à imprensa.
No México, a transsexual Diane, que desejava entrar em La Academia (TV Azteca), um concurso de revelação de talentos musicais, confessou não ter nascido mulher no vídeo de apresentação. A sua honestidade causou alguma consternação entre o público e poderá até ter afectado a decisão dos jurados. Diane acabou por não ser escolhida para o grupo de finalistas.