Perto de uma centena de pessoas partiram da entrada do parque do Fontelo em direção ao Rossio, todos por responsabilidade mascarados, cumprindo tanto quanto possível as distâncias de segurança, coisa nada fácil quando se está em movimento, mesmo nada fácil quando a luta agita as cordas vocais para gritar palavras de ordem, ou porque afinal esta foi a primeira de todas as marchas pelos direitos LGBT+ do país que de facto teve como objetivo principal sair fisicamente à rua.
Antes de iniciar essa tomada da rua o microfone esteve aberto e alguns interlocutores manifestaram as suas inquietações, desde as questões históricas do movimento, testemunhos de quem ainda hoje tem de ultrapassar barreiras para poder ser LGBTI+, passando também por um sentido anticapitalista, um sentimento antifascista, mas também inquietações ambientais, identitárias e políticas, como são todas estas.
Foi já no Rossio e frente á entrada da Câmara Municipal que se recordou como foi há quinze anos atrás, tempos de Stop Homofobia Viseu, citaram-se noticias, relembrou-se a homofobia receosa nas câmaras de televisão, reviveu-se o sofrimento das vítimas, reviveu-se para dizer que resistimos, e não desistimos de lutar.
Para o ano tem mais assim o COVID nos permita.
Foto-reportagem