Isidro Sousa não transportava cartazes nem agitava bandeiras, numa marcha aí brandia a sua máquina fotográfica, mas era no país inteiro que mexia as águas sociais, editor da KORPUS a primeira e a mais duradoura revista LGBT, que num tempo em que ser-se LGBT+ colocava em risco real a sobrevivência social, laboral e familiar daqueles e daquelas que membros desta comunidade não tinham meios de interagir com a restante comunidade.
A revista KORPUS foi o seu maior feito, ninguém saberá hoje o que é uma “posta restante” mas esse foi o meio que aproximou amigos, celebrou relações afetivas, salvou muitos mais de uma solidão lusitana com cheiro a naftalina e água benta que se vivia no portugal de finais do século XX.
Mas falar de Isidro Sousa fica difícil, porque o seu caráter era ele mesmo algo fechado, e nem todos tinham permissão para entrar. Assim deixamos um conjunto de artigos, numa seleção levada a cabo por Sérgio Vitorino que falam por si.
Isidro Sousa deixou-nos, mas a sua presença manter-se-á viva na memória e nas palavras do que o conheceram e com ele privaram, em conjunto com toda a sua obra literária.
Até breve!
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