A pesquisa foi realizada na última edição do FS Magazine, que pergunta: "Será que estamos geração bareback?”. A questão vem no contexto de uma análise sobre a saúde sexual de homens gays e bi de todo o Reino Unido - com uma pesquisa relativa a 2015 revelando dados algo inesperados sobre práticas sexuais mais seguras. A pesquisa, questionou 1500 homens sobre as suas vidas sexuais, e concluiu que para 39% dos entrevistados o sexo inseguro foi praticado com mais frequência do que o sexo com preservativos. 25% disseram que tinham relações sexuais desprotegidas "algumas vezes", enquanto apenas 35% disseram que não tinham tido qualquer sexo desprotegido em todas as ocasiões.
Este estudo aparece numa altura em que o debate sobre a PrEP (profilaxia pré-exposição) começa a ser feito na sociedade em geral, com alguns a acusar de homofóbica a forma como o jornal Daily Mail e o serviço nacional de saúde de Inglaterra tem tratado a PrEP.
Falando sobre os resultados Mathew Hodson, presidente da ONG GMFA que edita a revista, afirmou: "O uso do preservativo tem diminuído um pouco desde os primeiros dias do VIH, em parte porque o VIH não é mais uma sentença de morte, e em parte porque não temos o mesmo investimento na saúde sexual que tínhamos a uma década atrás.” Ele acredita que se pode acabar com a epidemia dentro de uma geração se foram mobilizados os recursos adequados para promover os preservativos e a saúde sexual, incentivar o teste, desafiar ao estigma, garantir que todos os gays são bem informados sobre prevenção do VIH e o PrEP é disponibilizado.
A questão dos serviços de saúde sexual ineficazes surgiu na pesquisa, com metade dos entrevistados acreditando que as campanhas atuais do VIH não lhes dizem nada. Muitos acreditam que as mensagens de saúde sexual devem ir no sentido de estimular os homens gays e bi a permanecerem seronegativos, assim como é preciso fazer mais para melhorar a auto-estima dentro da comunidade.
Ian Howley, CEO interino da GMFA, contextualiza os resultados dizendo que "muitos destes homens estão em relacionamentos de longo prazo, ou são casados ou estavam num relacionamento monogâmico." E conclui que olhando para estas estatísticas, é apenas uma pequena percentagem de homens homossexuais, que tem sexo anal desprotegido, que estão num alto nível de risco. Com a prevalência de relações sexuais desprotegidas em ascensão, Ian acredita que é hora de repensar estratégias de prevenção.
Prevenção do VIH é sobre muito mais do que dizer a alguém para usar um preservativo, fazer o teste e usar PrEP. É também sobre saúde mental e auto-estima. Se você não se preocupa consigo, porque se vai preocupar com outros VIH-negativos? Ian Howley, GMFA