As seis crianças de um dos casais, instalado num bairro popular de Avion, perto de Lens, foram vítimas de agressões sexuais e de violações e forçadas a participar em sessões de fotografia e vídeo de carácter pornográfico. O pai reconheceu durante o inquérito, antes de se desdizer perante o juiz de instrução, ter alugado os filhos a "400 francos por cena " (62 euros) e ter assim ganho 96 mil francos (14.635 euros). Terão sido oito adultos, vizinhos ou amigos, a ter abusado das crianças ou, pelo menos, a ter sido cúmplices de agressões e de violações. Apenas vários anos depois da intervenção dos serviços sociais que, em 1997, decidiram recolher três das seis crianças, o assunto foi descoberto. As três crianças, na época com idades entre os oito e os 13 anos, foram colocadas em famílias de acolhimento. Uma delas, uma menina de sete anos, disse, pela primeira vez em Agosto de 2000, ter sido vítima de abusos sexuais, nomeadamente durante as visitas aos pais, que não foram proibidas. Todas as crianças ouvidas contam a mesma história: as carícias dos pais, as visitas do "grande porco do Gerard" - um pseudónimo que deram ao "visitante"que as levava mais frequentemente a sua casa para as "sessões", após as ter drogado com tranquilizantes. As vítimas denunciam ainda a "mulher que tirava as fotografias" durante as sessões pedófilas e os gestos das que "não eram apenas espectadoras", segundo afirmam. As crianças descrevem a casa de "Gérard" - primeiro na região francesa, depois na Bélgica, onde foi despejado e onde não foi encontrada nenhuma fotografia ou filme comprometedores. O suspeito, interpelado no aeroporto de Bruxelas, de regresso de férias em Itália, denunciou um "complot" e negou sempre que ele ou a mulher estivessem implicados neste processo.
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