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Terça-feira, 9 Janeiro 2018 22:38

HISTÓRIA
Nova biografia apresenta Leonardo da Vinci como homem abertamente gay



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Uma nova biografia explora a vida de Leonardo da Vinci como um homem abertamente gay no século XV em Florença.

HISTÓRIA: Nova biografia apresenta Leonardo da Vinci como homem abertamente gay

O trabalho de Walter Isaacson, "Leonardo da Vinci: The Biography", é baseado em milhares de páginas dos cadernos de Leonardo di ser Piero da Vinci e novas descobertas sobre a sua vida e trabalho. Embora a sua sexualidade não seja propriamente novidade, até que ponto Leonardo vivia a sua vida como homem gay era algo desconhecido.

Isaacson é um conhecido autor que escreveu biografias sobre outros pensadores notáveis como Albert Einstein, Henry Kissinger, Steve Jobs e Benjamin Franklin. Mais recentemente, o seu livro de 2007 "Einstein: His Life and Universe" foi adaptado para a série "Genius" da National Geographic, protagonizado por Geoffrey Rush como Einstein.

O livro cita a série de companheiros do sexo masculino de Leonardo, a representação da sexualidade masculina na sua arte e as acusações de sodomia feitas contra ele durante a sua vida. Ele foi duas vezes acusado publicamente de ter tido sexo com outros homens, um jovem protegido masculino seu foi removido por causa da "vida perversa que levava" com Leonardo, e os seus próprios escritos repetidamente divagam sobre a sua própria atração pelos homens - e uma quase revolta ao sexo com mulheres.

Isaacson apresenta Leonardo como "um pouco desajustado socialmente: ilegítimo, gay, vegetariano, canhoto, facilmente distraído e às vezes herético".

O livro desafia conclusões anteriores, reveladas numa altura de repressão social da homossexualidade, na história da arte de que Leonardo teria tido uma vida celibatária.

Não há razão para acreditar que ele permaneceu no celibato, pelo contrário: na sua vida e nos seus diários, há muita evidência de que ele não estava envergonhado dos seus desejos sexuais. Aliás, ele parecia divertido com eles.
Nos seus desenhos e esboços, ele mostrou um fascínio muito maior para o corpo masculino do que o feminino. Os seus desenhos de nus masculinos tendem a ser trabalhos de beleza suave mostrando o corpo inteiro. Em contraste, quase todas as mulheres que ele pintou, com exceção de uma Leda e o Cisne agora perdido, são vestidas e mostradas a partir da cintura
 Walter Isaacson

Isaacson explica que Leonardo foi atraído romântica e sexualmente pelos homens e, ao contrário de Michelangelo, parecia lidar muito bem com a situação. Ele terá tido muitos jovens lindos a frequentar o seu estúdio e a sua casa. Dois anos depois de ter enfrentado acusações públicas de sodomia, numa página de um dos seus muitos desenhos de um homem mais velho e um rapaz bonito de frente para o outro, ele escreveu:

Fioravante di Domenico de Florença é o meu amigo mais querido, como se ele fosse o meu ... Leonardo da Vinci

Isaacson diz que a frase está inacabada, mas deixa a impressão de que Leonardo havia encontrado um companheiro emocionalmente satisfatório. O companheiro de longa data mais sério de Leonardo, que passou a viver em casa de Leonardo em 1490, era angelical, mas diabólico na personalidade, e assim adquiriu o apelido de Salai, o Pequeno Diabo.

Não se conhece nenhum relacionamento de Leonardo com uma mulher, e ocasionalmente ele registou a sua aversão pela ideia de sexo heterossexual.

O ato sexual de coitus e as partes do corpo utilizadas no mesmo são tão repulsivas que, se não fosse a beleza dos rostos e o adorno dos atores e o impulso reprimido, a natureza perderia a espécie humana Leonardo da Vinci

Segundo Isaacson a homossexualidade não era incomum na comunidade artística de Florença: Verrocchio nunca se casou, nem Botticelli, que também foi acusado de sodomia. Outros artistas que eram homossexuais incluíam Donatello, Michelangelo e Benvenuto Cellini (que foi condenado duas vezes por sodomia).

A situação chegou a tal ponto que a palavra Florenzer tornou-se gíria na Alemanha para "gay". O amor homossexual foi celebrado tanto em poemas alegres quanto em canções obscenas. No entanto, a sodomia era um crime, como Leonardo ficou dolorosamente consciente, e ele foi processado algumas vezes. Durante os setenta anos que se seguiram à criação dos Oficiais da Noite em 1432, uma média de quatrocentos homens por ano foram acusados ​​de sodomia e cerca de sessenta por ano foram condenados e sentenciados a prisão, exílio ou mesmo a morte.

O livro também aprofunda as alegações de sodomia feitas em público contra um jovem da Vinci: em abril de 1476, Leonardo com 23 anos, foi acusado por fonte anónima, juntamente com outros 4 jovens homens, de se envolver em sodomia com um jovem prostituto de 17 anos, Jacopo Saltarelli. Como um dos 4 acusados era casado com uma mulher do clã dos Medici o caso foi arquivado. A mesma acusação foi repetida poucas semanas depois, com o mesmo resultado. ´

Um filme baseado no relato do livro da vida de Leonardo está em desenvolvimento pelo estúdio Paramount, com Leonardo DiCaprio apontado para o papel principal.

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