O programa previsto inclui protestos em Portugal, Itália, Áustria, Alemanha, Espanha e França e visa não só protestar contra o que as organizações entendem estar por trás do homicídio, a «transfobia», mas também contra o que dizem ser o «silêncio das autoridades» face ao crime.
O dia de protesto inclui às 12:00 uma conferência de imprensa a levar a cabo na escadaria do Parlamento, em Lisboa, na qual será apresentado o manifesto dos movimentos europeus contra o homicídio de Gisberta e a transfobia em Portugal.
No Porto será apresentado, às 21:00, na Academia Contemporânea do Espectáculo, o documentário «Gisberta - Liberdade», realizado pela European Transgender Network em conjunto com activistas portugueses.
O mesmo documentário será apresentado à mesma hora em Coimbra, na cave da galeria Bar Santa Clara, sendo ambas as apresentações seguidas de debate.
Haverá ainda protestos em Faro (Instituto Português da Juventude) e Braga (sábado, Estaleiro Cultural Velha-a-Branca).
Nos vários países europeus englobados no protesto realizar-se-ão manifestações frente às representações diplomáticas portuguesas.
Na sexta-feira os activistas promovem no Brasil, país de origem de Gisberta Salce Júnior, uma homenagem póstuma a esta vítima na Assembleia legislativa do Estado de S. Paulo, com a presença da sua família.
A transsexual Gisberta morreu no Porto em Fevereiro de 2006 na sequência de agressões e maus-tratos infligidos por um grupo de mais de dez menores com idades entre os 12 e os 14 anos.
Segundo as associações envolvidas neste protesto, «em Portugal tudo o que é possível está a ser feito para esquecer este horrível crime, sem consequências judiciais ou mudanças na lei».
As organizações defendem o «total reconhecimento de género, incluindo o direito de escolher livremente os primeiros nomes» e «uma lei de reconhecimento do género, semelhante à Gender Recognition Act of 2004 britânica».
Exigem ainda «uma política social de assistência a grupos marginalizados - incluindo imigrantes, pessoas com HIV, sem-abrigo, utilizadores de drogas e trabalhadores do sexo, em vez de uma política de exclusão».