Ela tem sido expulsa de lugares e detida por causa de protestos contra a guerra e pela volta das tropas norte-americanas do Iraque, mas isso não desanima essa veterana da Guerra do Golfo, ex-candidata republicana ao Parlamento e transexual, batizada Mitchell Eugene Potts quando menino.
'Não devemos ter medo de expressar a nossa opinião para os nossos líderes eleitos,' diz Potts, 38 anos, integrante do grupo antiguerra Código Rosa.
Agora, o alvo dela e do seu grupo são Hillary Clinton, Barack Obama e outros presidenciáveis que, segundo eles, não estão defendendo a imediata retirada das tropas no Iraque como deveriam.
'Até agora nem Obama nem Hillary são candidatos da paz,' afirma a ativista. 'Eles não estão mostrando que querem terminar com a guerra agora.'
Os sentimentos contrários à guerra surgiram quando, ainda como Mitchell Potts, servia na Marinha norte-americana durante a Guerra do Golfo.
'Eu tinha orgulho de ser militar,' afirma ela. 'Mas eu me perguntava porque a gente estava lá e o que estávamos fazendo.' Potts deixou a Marinha por problemas de saúde contraídos durante a guerra.
Potts divorciou-se em 2003. Foi depois da separação que ela começou a viver e a se vestir como uma mulher. 'Eu sempre me senti assim. Sempre me senti como uma garotinha quando eu era criança.' Do casamento, Potts tem uma filha de sete anos.
Ela começou a protestar com o grupo Código Rosa depois de iniciada a guerra no Afeganistão, antes da invasão ao Iraque.
Disputou a candidatura republicana ao Congresso pelo sudoeste do estado de Missouri. 'Concorri pelo Partido Republicano pois sou uma conservadora em temas fiscais,' explica Potts.
Ela foi a primeira candidata transexual no Estado. 'Talvez uma em mil pessoas me disse algo preconceituoso durante a campanha.' Potts terminou em terceiro, com 7 por cento dos votos.