Quando no início do ano Hollande fazia do casamento entre pessoa do mesmo sexo uma das suas bandeiras eleitorais, mostrando-se um candidato liberal, e que destronou Sarkozy, granjeou ao candidato o apoio dos partidos da oposição além do seu partido, e de uma grande maioria do povo francês.
Contudo agora que Hollande se prepara para revelar o projecto lei casamento para todos, as pesquisas efectuadas dizem que já não é bem como no início. Parte da oposição e do povo mostra-se agora mais relutante, e até no seio do partido de Hollande as vozes já não cantam a uma só voz.
Líderes religiosos e outras figuras de topo da sociedade política francesa, fazem oposição ao projecto de Hollande, e desta forma o PS e por conseguinte Hollande, dão passos mais pequenos e arrastam a discussão no parlamento apenas para Janeiro de 2013.
De esperar a oposição da Igreja, o Papa pediu aos padres e bispos franceses que se opusessem à lei e, Dom André Vingt-trois ouviu e este domingo na homilia que celebrou em Lourdes, defender a família e os pais exclusivamente heterossexuais.
O ruído em volta do tema é por vezes estridente por parte da oposição. Os diversos fantasmas da aprovação da pedofilia, do incesto e, da poligamia já vieram a público.
Em 1998 a líder do Partido Democrata Cristão, Christine Boutin, de Bíblia em riste brandia-a enquanto protestava contra o PACS (união civil para casais do mesmo sexo), dizendo que depois das Uniões Civis viria o casamento. Agora sem a companhia do livro sagrado dos cristãos, que tem muitos exemplos de poligamia e incesto, diz que este projecto dá razão aos seus receios de então e reforça que se deixarem esta lei passar a seguir vem a poligamia.
França aprovou as uniões civis entre pessoas do mesmo sexo em 1999, um ano depois do protesto de Boutin. Veremos para quando a igualdade plena do casamento.