O pastor Francisco Vicente Corrêa Filho, de 57 anos, é acusado de violar pelo menos dez raparigas, com idades entre 10 anos e 13 anos. A esposa, Elizabeth Graff, de 41 anos, terá colaborado nos crimes e aliciado as meninas.
A investigação começou há seis meses, depois de a Polícia Federal ter recebido denúncias anónimas contra o casal.
As vítimas foram ouvidas pela primeira vez esta terça-feira e confirmaram que o pastor as forçava a praticar sexo. No depoimento, as vítimas contaram que Corrêa incorporava um anjo «executor» que o enfraquecia. Para recuperar a força, as meninas tinham de fazer sexo com ele. Se recusassem ou contassem a alguém, o anjo traria doenças e outras enfermidades às suas famílias, ameaçava o pastor.
«As práticas sexuais ocorriam com alguma frequência, principalmente durante as aulas de estudo da Bíblia. Além de fazer sexo com o pastor, eram obrigadas a relacionar-se com quem ele indicasse e ainda a assistir aos actos», conta Santos.
«O casal vai responder por crimes previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente, como violação. Podem apanhar mais de 30 anos de prisão [pena máxima]», garante o delegado. Há cinco anos, o casal fundou a Igreja do Supremo Amor de Cristo. Côrrea é reformado do Corpo de Bombeiros e recebe pensão por invalidez, e Graff estudou enfermagem.
O templo tem cerca de 50 fiéis e funciona no terreno da casa dos pastores. «Eles exerciam uma grande influência sobre a comunidade. Devem ter feito uma lavagem cerebral às pessoas", defende o delegado Santos.