A cidade do Porto será palco no próximo sábado da primeira marcha de orgulho LGBT (Lésbico, Gay, Bissexual e Transgénero), uma iniciativa impulsionada pelo acontecimento de violência que culminou na morte do travesti «Gisberta» e que por isso é subordinada ao lema «um presente sem violência, um futuro sem diferença». Queremos lembrar o que sucedeu, frisou ontem Maria Vítor, membro da comissão organizadora, durante a apresentação da marcha. O desfile tem, assim, a sua concentração marcada para o Campo de 24 de Agosto, cerca das 15 horas, seguindo depois pelas ruas Fernandes Tomás e Sá da Bandeira e desembocando na Praça de D. João I. Neste local será lido publicamente um manifesto que está a ser elaborado em rede via internet por várias organizações, nomeadamente Panteras Rosa, UMAR, portugalgay.pt, SOS Racismo e Amnistia Internacional Portugal. Sendo sobretudo um alerta às consciências de que é imperioso o direito à igualdade para todas as minorias e de que a intolerância não tem qualquer cabimento, a marcha de orgulho pretende, sucintamente, fazer a ponte entre a comunidade LGBT e a sociedade, foi destacado na conferência de imprensa pelos responsáveis. João Paulo esclareceu, a propósito, que a LGBT não pede tratamento especial, mas antes que não haja distinção no tratamento e que seja preservado o direito e a protecção de todas as minorias. A comissão organizadora da iniciativa lançou ainda o desafio para que no sábado todos aqueles que de alguma forma se identificam com os pressupostos da marcha, se solidarizarem, trazendo a sua faixa.
As marchas de orgulho nasceram de uma rebelião a 28 de Junho de 1969 em Nova Iorque por parte de um grupo de travestis e drag queens que cansados de ser violentados pela polícia num bar resolveram responder às agressões.