Movimentando-se em grupos de mais ou menos 40 pessoas, vestidos de vermelho e amarelo, as cores da bandeira dos Camarões, distribuindo panfletos e t-shirts com slogans homofóbicos e incentivadores de ódio.
Chegou mesmo a ser organizada uma reunião com o propósito de uma aplicação mais rigorosa das leis anti-gay. Nos Camarões não existe qualquer protecção sobre as pessoas LGBT pelo contrário: as relações entre pessoas do mesmo sexo são puníveis com o mínimo de multa até cinco anos de prisão.
No folheto distribuído lia-se, “uma sociedade sem moral e ética é uma sociedade perdida. O que é aceite no ocidente não é necessariamente bom para todos”, mais á frente ainda se lê “a homossexualidade é um crime contra a humanidade e uma grave violação dos direitos humanos”.
Este movimento baptizou esse dia como o “Dia contra a homossexualidade”, um dia que pretendeu, segundo a organização e nas palavras de Sismondi Bidjock, honrar a memória de um estudante de 31 anos que alegadamente foi sodomizado e morto por pessoas homossexuais, em Agosto de 2006.
O mesmo Bidjock diz que a Associação da Juventude Camaronense, vai pedir o aumento da pena máxima de cinco anos para 20 anos de prisão.
Estes “raides” aumentaram depois do proeminente activista pelos direitos LGBT, Eric Ohema Lembembe, ter sido torturado até à morte na localidade de Yaoundé, não tendo havido qualquer detenção ou investigação sobre este crime. Desde a morte do Lemlembe os activistas LGBT tem recebido ameaças sérias, quem o diz é Michel Togue um dos poucos advogados que ainda defende pessoas acusadas ao abrigo da lei anti-gay.