Em declarações à agência Lusa, Miguel Castanho, coordenador do estudo, disse hoje que a principal conclusão deste trabalho é que o novo medicamento, ligando-se ao HIV, fica alojado na superfície das células humanas, inibindo a entrada do vírus para o interior. A eficácia clínica deste novo composto era já conhecida, sendo comercializado nos Estados Unidos e Europa, mas a forma como actuava ao nível molecular era ainda desconhecido. "Nós não inventámos nada de novo, apenas descodificámos os passos da acção do composto ao nível molecular, explicando como age, o que contribuiu para que possa ser melhor planeada a sua aplicação clínica", explicou o investigador. O prémio "Dr. José Luís Champalimaud" destina-se a galardoar trabalhos científicos sobre a infecção pelo VIH/Sida publicados nos últimos três anos. É atribuído anualmente pela Comissão Nacional de Luta Contra a Sida, nas vertentes Investigação Básica, Ciências Sociais e Humanas e Investigação Aplicada e Tecnologias. Ex-aequo com o estudo da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, na área de Investigação Básica, foi distinguido o trabalho "Camelized Rabbit-derived VH Single-domain - Intrabodies Against Vif Strongly Nautralize - HIV-1 Infectivity", de uma equipa do Centro de Patogenese Molecular da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa. Na área das Ciências Sociais e Humanas, o trabalho vencedor foi "HIV/AIDS risk perception, attitudes and sexual behaviour in Portugal", da autoria de Fausto Amaro, Carla Frazão, Maria Elizabete Pereira e Louise Cunha Teles. Este ano não foi atribuído o prémio no âmbito da Investigação Aplicada e Tecnologias.
Pode também ter interesse em: