Foi a primeira vez que tal aconteceu no mundo.
Diversas nações têm as leis de uniões civis sob as quais os casais do mesmo sexo podem obter até 99 por cento dos direitas e das obrigações de um matrimónio. Mas somente os Países Baixos deixam agora os casais do mesmo sexo simplesmente casar-se.
"Todos os países restantes têm as uniões feitas especialmente para a população homossexual," disse Henk Krol, editor da revista De Gay Krant e a força por trás do processo de 16 anos que conduziu à união legalizada para casais do mesmo sexo. "O que nós temos nos Países Baixos é a união civil aberta a todos. Esta é a grande diferença. Esta é a notícia."
Entre um frenezim internacional dos media, os casamentos ocorreram na câmara municipal no momento que a lei entrou em vigor: a meia-noite. O Presidênte da Câmara Job Cohen oficializou a cerimónia.
Assim que Cohen terminou o seu discurso de abertura às 11:58 da noite, a audiência no salão da câmara municipal começou a aplaudir sincopadamente enquanto esperavam a passagem da meia noite. Nesse momento, ouviram-se ovações na sala.
As cerimónias propriamente ditas duraram cerca de meia hora. Cohen no lugar onde os indivíduos se dirigem à assembleia, os casais na primeira fila onde normalmente se sentam os autarcas. Cohen leu os votos do casamento para cada casal e estes responderam individualmente, "sim". Cada casal deu um aperto de mãos, beijaram-se e assinaram os documentos que foram depois assinados pelo presidente da câmara.
Após um recepção no foyer da câmara municipal os recém-casados partiram em quatro Volkswagen carochas efusivamente coloridos para uma festa num clube gay.
"O facto mais importante é que nós nos amamos como todos os que se amam e se casam. Não há nenhuma diferença," afirmou o noivo Peter Wittebrood-Lemke. "O mundo tem que aprender que o amor está entre pessoas e não somente entre um homem e uma mulher."
Questionado sobre os efeitos que o casamento pode ter na reputação dos homens homossexuais para a não-monogamia, Wittebrood-Lemke afirmou: "a real fidelidade não tem nada a ver com monogamia. A real fidelidade é algo mais, algo da alma, algo que os une. A monogamia pode ser uma espécie de contrato se a escolherem. Mas para se casarem não têm que escolher a monogamia. Têm é que optar pela fidelidade."
O seu parceito, Frank Wittebrood, acrescentou: "talvez lhe tenham dito que os homossexuais não são monogâmicos. Eu penso é que somos mais honestos. Muitos dos heterossexuais são como muitos homossexuais mas fazem-no às escondidas. Os homossexuais são mais honestos.
O noivo Ton Jansen, de 63 anos, casou-se com o seu companheiro de 36 anos, Louis Rogmans, de 72 anos de idade. "O casamento dá-nos todos os direitos que os restantes casados têm", afirmnou. "O casamento é o elo mais íntimo que duas pessoas podem ter."