Jul 2001
Fecho os olhos e tu logo apareces devagar para te apoderas-te de mim.
Em todos eles só muda a situação e o sitio mas o desejo, esse é sempre o mesmo. Levas-me a loucura e deixas-me louco.
Despertas os meus maiores desejos, sentimentos e colocas de parte os meus receios, angústias ou melhor dizendo os meus medos.
Apareces sem eu te convidar, mas mesmo assim eu não tenho forças para te renegar, pois, apoderas-te do meu corpo e da minha alma.
Dás-me prazer e vontade de me afirmar, mas é só por alguns instantes quando te vás, crias um sentimento de revolta e indignação, até eu chegar de novo a mim e chegar a conclusão que tudo não passou de um sonho uma ilusão.
O sonho repete-se e eu nunca lhe apreendi o seu rosto, mas do corpo esse sim, conheço perfeitamente todos os recantos, todas as concavidades, circunferências, etc...
Mas o problema (porque tudo na vida tem problemas) não é o seu rosto porque até nunca dei muita importância a isso, mas sim do problema de viver e principalmente viver depois de um sonho.
Se a vida fosse um sonho então eu saia contigo para a rua, praias, discotecas, bares, etc.. sem medo de te dar a mão, um abraço, um beijo, como acontece no sonho.
Este sonho não me largará enquanto eu não decidir passar do sonho à realidade, ele persegue-me porque o meu corpo prefere sonhar que viver.
Sonho este que acaba sempre ao longo de um abraço amoroso fortíssimo onde eu digo o seguinte "...por mim ficava para sempre assim..." e ele vai-se e eu acordo para a realidade todo excitado (excitado a todos os níveis), depressa tento me refazer daquele sonho e voltar a realidade que me custa muito a aceitar.
Mas como toda a gente sonha e vive em torno de um sonho se não a viva não tem sentido, então este deve ser o meu sentido de vida, que é sem dúvida tentar lutar ao máximo para conseguir superar as barreiras e os dogmas da sociedade portuguesa para assim alcançar o meu objectivo que é viver feliz ao lado de alguém que amo.
J.G
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