Nov 2007
Anda morder-me o peito com os teus dentes serrados, vem e leva a minha alma.
Seduz-me e renega-me. Toma o meu corpo para depois o desprezares.
Vem dormir na minha cama mas desta vez não partas pela manhã.
Estou farta de me esconder e cansada de que me ames com os braços atados pelas correntes da vergonha e do medo.
Diz-me, que não ardes em desejo e que não morres de ternura por mim!
Não dizes, não dizes porque as flores não mentem meu amor.
Minha Rosa renegada, Lírio esquecido.
Estou aqui, podes chorar no meu ombro ou rir pela noite fora mas não negues o que sentes por mim.
Lembro-me bem de quando tentaste falar com a tua mãe sobre mim, levou-te a um padre para que te fizesse o que segundo ela era uma purificação de espírito.
SANTA IGNORANCIA! Chorei a noite toda de mágoa. Desde aí nunca mais foste a mesma, a doce-rebelde por quem me apaixonei, sim ainda te amo mas quebra-me o coração ver-te aprisionada as masmorras a que a sociedade e a que a tua família NOS CONDENA.
Grita como nunca antes gritaste. Solta a voz e grita.
Sê livre minha garça bravia. Se livre para nos podermos amar.
Hoje perdi o medo!
Ana Rita