26 Fevereiro 2004
Notas:
1-O PortugalGay.PT embora esteja envolvido na preparação da marcha de orgulho de 2004 não recebeu esta mensagem directamente da Opus Gay tendo a mesma sido lida no blog da vice Presidente, Anabela Rocha.
2-A mensagem que aqui apresentamos foi corrigida em termos de erros ortográficos (acentos) e de formatação, não sendo portanto exactamente igual ao artigo publicado.
3-Esta mensagem foi também publicada por António Serzedelo em 27 Fev 2004 às 19:16 no Blog Social Português com o título "Raizes de ódio". O subtítulo é o que apresentamos abaixo.
Porque não participo na reunião semiclandestina do dia 6 de Março
Companheir@s
Não tenciono ir à reunião do próximo dia 6 de Março, na residência particular do Miguel Vale de Almeida/Paulo Corte Real, cujo convite já agradeci pessoalmente, para decidir questões políticas e públicas, relativas ao Pride 2004, pelas razões que a seguir exponho, e que vos avanço atempadamente:
1-Nao considero pertinente que uma reunião desta importância política, se realize numa semi-clandestinidade periférica, em casa particular, no 30º ano das comemorações da Revolução de Abril, aparentemente, graças à intervenção de boa vontade de um militante socio-activista da ILGA Portugal, e afirmativamente militante partidário, que aliás, conheceu bem, e também permitiu todo o processo da crise forjada contra a Opus Gay, havendo disponíveis dois espaços públicos centrais onde ela se devia realizar: o "Centro Comunitario Gay e Lésbico de Lisboa", e a sede Opus Gay.
2-Considero desmoralizante que nenhuma associação ou grupo das que fazem parte dos colectivos lgbt portugueses tivesse tido a coragem de, em primeiro lugar, convocar a reunião, e seguidamente, proposto os locais possíveis. Concluo que estão portanto, sem forças morais pelo que (não) fizeram, ou sem iniciativa política.
3-Finalmente, tenho como dado objectivo, que desde que a Opus Gay foi fundada, e eu estou à frente dos seus destinos, para meu enorme espanto, fomos, e fui sistematicamente insultado(s), vilipendiado(s), maltratado(s), caluniado(s) e objecto de intrigas e complots, por modos e formas absolutamente inconcebíveis e vergonhosas de grande pendor homofobico, mas sempre incutidoras de ódio contra a Opus Gay, e contra mim. Os autores são pessoas glbt dos quadros associativos, sendo que a maior parte delas nunca me conheceu, nem conhece, nem falou comigo alguma vez, a despeito de ter solicitado inúmeras audiencias, nunca obtidas, para clarificar equívocos, e agiram a partir de informes dados por outros, que também não me conheciam, nem o meu curricullum. Por palpites!
4-Assim, apelidado desde "senil", "terrorista", "vendido", "criminoso", "oportunista", "ambicioso", "populista anti-democrático", "perigoso" ,"o que até hoje mais prejudicou em Portugal, os glbt", "infiltraçao do Le Pen", "pimba", "de extrema direita", "chulo", "com graves problemas na justiça", "sedento de aparecer nos mídia", etc, chegando a propor-se a "expulsao" do próprio movimento glbt, e até a irradiação dos endereços da Opus dos sites glbt, tudo lhes foi permitido chamar-me/nos, irresponsavelmente. Tudo foi dito, tentado, e publicado em listas/locais públicos/sites/blogues, ligados a lideranças desta causa, perante o silêncio acariciante de inúmeros responsaveis glbt, ou com o aplauso de muitos outros, que sempre desejaram o "esmagamento da Opus", por causas "naturais", ou artificiais, como um deles chegou a lamentar que nao tivesse acontecido.
5-Não tendo havido até à data, da parte de nenhuns dos intervenientes nestas campanhas, qualquer tentativa, mesmo a nível particular, de mostrar com um mínimo de sinceridade que houve um engano com essas atitudes (sem pretender humilhar ninguém), ou de uma possível autocrítica aos processos e tácticas utilizados, não estou disponivel para me encontrar, presumivelmente, com tais protogonistas, no referido local , pelo respeito que tenho de mim próprio, e que eles deviam ter de si mesmos, depois do que disseram e fizeram e pensam de mim. Julgo aliás, que esta proposta de reunião surge porque se aproximam etapas eleitorais importantes este ano (Junho 2004), e não foi possivel, afinal, isolar a Opus Gay, como se desejava.
6-Considerando os interesses, ditos do movimento glbt, (que por este caminho não irão a bom porto, nem são de forma nenhuma prestigiantes, nem nunca mobilizarão novos actores sociais), mas considerando que poderá estar em causa a organização da "Marcha do Dia do Orgulho de 2004", solicitei logo à Anabela, vice Presidente da Opus Gay, que tambem se voluntarizou, e a outro membro da Direcção, que nos representassem institucionalmente nesse encontro, do dia 6 de Março, sabendo de antemão que terão todo o meu acordo para as decisões que resolverem tomar.
Votos de trabalhos transparentes, e agradecendo a atenção,
A Luta continua!
sou
António Serzedelo
Comentários por visitantes do PortugalGay.PT a esta mensagem:
Miguel Vale de Almeida (mvda@netcabo.pt) 27 Fev 2004 19:44
Penso que nesta confusao toda, existem mal entendidos que poderao estar a ser tomados demasiado a serio. As pessoas normalmente tem tendencia para dramatizar as coisas. A comunicacao muitas vezes falha precisamente porque nao se consegue comunicar. Tanto o comunicante como o comunicado poderao envolver-se em lutas de cao e gato que em nao irao resultar em nada. Nao culpo ninguem com o meu comentario, mas se existe destabilizacao, entao a razao pela qual ela existe devera ser descoberta o quanto antes por ambas as partes. A unica forma de prevenir os danos de uma bola de neve e tentar derretela antes que ela se torne demasiado grande e cause estragos dificeis de reparar. A minha opiniao e que tanto um lado como o outro tem boas intencoes, mas se a intencao e a mesma, qual o motivo de haver quebras e de se instalar este clima em que organizacoes que lutam contra a homofobia e lutam a favor da igualdade, desunham-se uns aos outros? Existem muitas pessoas que precisam de voces e e em nome delas que eu peco que em vez de fazerem acusacoes horriveis uns aos outros, que descubrem a razao das vossas falhas.
(por leitor identificado por email que pediu anonimato) 27 Fev 2004 22:38
A leitura da mensagem de António Serzedelo e reacções leva-me a dizer isto:
1-Algumas das
palavras insultuosas que o autor refere vi-as publicadas no PG, pelo ex-presidente da ILGA Portugal, José Manuel Fernandes, e também no site do
seu grupo. Terão havido outras?
2-o autor não vai à reunião na tal casa particular(?), mas a associação diz que vai, com outras 2 pessoas. Faz
diferença? A conversa não pode prosseguir com outros? Não avisou com tempo? Não
se deve saber onde se reunem as associações? Porquê?
3-"ficamos mal vistos como movimento associativo"? Talvez, mas na altura, alguém se distanciou
do(s) mails(s), publicados? Evitava-se agora o incómodo... Ou, o incómodo
é que não se devia saber isto? E a(s) pessoa(s) visada(s) não têm nenhum
direito a sentir-se aborrecidas?
4-diz-se na mensagem que eles "solicitaram inúmeras audiências", para saber "a razão das falhas", mas sem
resposta. Porquê?
5-Miguel Vale de Almeida propõe agastado que se "exclua" a personagem, questão
que António Serzedelo refere no texto, "expulsão" do movimento. Volta-se ao mesmo?
6-O PortugalGay.PT fez bem em dar-nos a conhecer isto. Logo:
7-Como levar a cabo o que propõe o leitor não identificado?
8-entre amigos pode haver informalidade, mas entre
desconhecidos, tem de haver formalidade, particularmente em temas políticos
melindrosos. "Descubram-se as razões das falhas". Ou não há falhas?
gabrielamigo@sapo.pt 1 Mar 2004 11:55
Pergunto eu : quem se afunda ou quem gostavam que se afundasse ?
No essencial não desmentem nada do que vem na carta .
Então não foi efectuada uma cerimónia para "informa" a sociedade que x e y
vivem juntos ?
Grande segredo......
David (leitor identificado por email que pediu para não publicar endereço) 2 Mar 2004 21:52