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Posição pública de "Rumos Novos - Grupo Homossexual Católico" na defesa do
Casamento entre Pessoas do Mesmo Sexo

Por altura da discussão, em sede parlamentar, do casamento entre pessoas do mesmo sexo, RUMOS NOVOS - GRUPO HOMOSSEXUAL CATÓLICO, vem apoiar a liberdade de todas as pessoas se casarem, devido ao nosso entendimento daquilo que é o Amor e de como este se constrói, com respeito, honestidade e sinceridade, entre duas pessoas, independentemente da sua orientação sexual.

Como pessoas de fé, amor e família são-nos extremamente caros e importantes e temos bem presente que Deus não nos pede que escolhamos uma pessoa em particular, Deus pede-nos que amemos. Todos são iguais, perante Deus e o próprio Jesus Cristo foi o maior "militante" da igualdade entre os Homens e, por isso, para nós homossexuais católicos e outros cristãos, a figura do próprio Cristo é o exemplo a seguir.

Aquilo que queremos, pois, para os casais de pessoas do mesmo sexo é o milagre, o privilégio e o dom de rela-ções estáveis e duradouras, onde o dom supremo do Amor seja uma constante.

O casamento entre pessoas do mesmo sexo é a coisa certa para fazer; é aquilo que a moral e os direitos humanos mais basilares nos exigem que façamos e que defendamos. O casamento entre pessoas do mesmo sexo assinala a dinâmica viva da democracia do século XXI, ou seja, o direito do acesso à protecção legal do Estado de todos os cidadãos, independentemente da tradição sociocultural religiosa, classes sociais, cor, orien-tação sexual, etc. Assim sendo, todo o cidadão português tem de ter o mesmo acesso ao uso dos direitos do Estado laico, neste caso, o casamento.

Como católicos homossexuais, temos a responsabilidade de lutar pelo que é correcto, recto e justo, ajudando assim a trazer bondade e justiça a este mundo conturbado. Defender o Amor e as relações afectivas estáveis entre pessoas do mesmo sexo é a tradução prática desses pressupostos, também porque Jesus Cristo pregou um Deus inclusivo e do Amor e não um Deus do medo e da exclusão.

É imperioso que o poder político demonstre, de forma clara, que numa sociedade livre, democrática, justa e defensora dos direitos humanos, todos os cidadãos podem amar quem quiserem e podem exprimir esse amor na sociedade, na igreja e no mundo.

A ideia de que um conjunto de normas morais, aceites por alguns, deve ser imposta a todos é perigosa para a defesa dos direitos democráticos.

As posições calculistas de vários sectores do poder político, escudados nos mais variados argumentos, de recu-sa do acesso de todos os cidadãos ao direito ao casamento, revelam um profundo e preocupante preconceito: o de recusar a uma parte da sociedade portuguesa a igualdade, a justiça e a liberdade, reconhecidas aos demais cidadãos.

O único objectivo que a recusa de aprovação do casamento entre pessoas do mesmo sexo consegue é a conti-nuação da discriminação.

A continuação de um preconceito legalizado não pode mais ter lugar na sociedade portuguesa moderna sob pena da sua manutenção ser uma perigosa porta aberta para a instauração de outros.

Por isso, tendo presentes as palavras de Paulo ("Não há judeu nem grego; não há escravo nem livre; não há homem nem mulher, porque todos sois um só em Cristo Jesus.") e que "foi para a liberdade que Cristo nos libertou", oramos para que o poder político dê um exemplo de modernidade, de democracia, de liberdade e de justiça, através da aprovação do casamento entre pessoas do mesmo sexo.


Rumos Novos
Grupo Homossexual Católico

Website: http://rumosnovos.no.sapo.pt
 
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