Em 2004 resolveu ir para Rondônia leccionar física, uma das lacunas do estado. Conseguiu também tornar-se alvo de perseguições por parte de directores, professores, pais e alunos. O motivo? Ser transexual.
Acontece que, segundo as suas próprias palavras, em Rondônia estão convencidos que uma pessoa transexual ou travesti não possui as devidas condições sociais para actuar numa sala de aula. O facto de se vestirem como mulheres afecta o "moral e os bons costumes" evangélicos.
O caso chega ao ponto de directores de escolas acirrarem os pais dos alunos para reclamarem do mau exemplo dado às crianças por uma pessoa transexual feminina que se veste de mulher, originando mesmo relatórios difamatórios sem direito à auto-defesa.
A própria secretaria do SEDUC, organismo estatal, é acusada pela professora de ser discriminadora e transfóbica pois "esta secretaria nunca apoiou a inclusão social de transexuais ou travestis que são professores".
Fica aqui a denúncia pública em Portugal, país irmão do Brasil, de (mais) um caso de transfobia declarada por estigmas ultrapassados mas que insistem em regressar.