Pelas 15H, os activistas presentes iniciaram a acção, três deles vestindo camisas de força, numa simbologia associada à doença mental, e ao mesmo tempo como símbolo do tratamento quantas vezes abusivo a que estão sujeitas as pessoas transexuais com processo iniciado ou terminado.
Os três manietados ficaram expostos junto à estátua de Camões, enquanto os restantes se dividiam emtre a exibição de uma faixa com o nome da acção e a distribuição de panfletos com informação sobre as questões transexuais e transgénero, binarismo de género e outras questões pertinentes sobre estas temáticas, além das reivindicações a que esta campanha se refere.
Com uns passeios pelo largo aqui e ali, a tarde passou tranquilamente, com alguma curiosidade manifestada pela população presente, que aceitava com curiosidade o panfleto, enquanto alguns poucos assim que tinham o panfleto na mão desapareciam das redondezas como se tivessem fogo nos pés.
Como curiosidade, um grupo de franceses de meia idade que passou, ficou momentaneamente a olhar e comentou entre si que era sobre a despatologização das pessoas transexuais, como se já soubessem qual o assunto a que se referia a acção. Muito longe desta Europa as reacções portuguesas.
Por volta das 16H30 foi lido o manifesto por uma activista, e de seguida deu-se por terminada a acção. Transexuais nacionais de apoio a esta acção não apareceu nenhum. A única pessoa transexual apoiante presente na acção foi um transexual masculino dos EUA.
As pessoas transexuais presentes, por não concordarem com parte das reivindicações expostas na campanha, mantiveram-se à parte como meras observadoras, aproveitando a acção para analizarem o apoio que as questões transexuais têm no seio da comunidade LGBTTI, e aproveitando a ocasião para breves comentários à acção e às reivindicações expostas.
Sérgio Vitorino, das Panteras Rosa, definiu a acção como expressão nacional da campanha internacional tendo como mote imediato a retirada da transexualidade como doença do foro mental pela OMS (Organização Mundial de Saúde) e pela AAP (Associação Americana de Psiquiatria).
Uma activista transexual presente considerou que "a campanha mistura conceitos com os quais a maioria das pessoas transexuais não se sente confortável, como a mistura entre transexualidade e transgenderismo, duas realidades que se tocam como muitas outras, mas que são essencialmente diferentes, com necessidades diferentes. Ou a questão da despatologização da transexualidade, na qual a comunidade não tem consenso, ou ainda o facto de se pedir a despatologização como mote, mas nas reivindicações específicas pede-se também a despsiquiatrização, com o que muitas pessoas transexuais não concordam".