O agressor de 21 anos, conhecido apenas como AH nos media, foi considerado culpado de atacar Cecilie Mundt, de 48 anos, com um martelo perto da Praça da Câmara Municipal, em Copenhaga, na tarde de 4 de Junho.
AH acertou com o martelo na parte de trás da cabeça de Mundt com tal força que fracturou uma secção de nove centímetros quadrados do seu crânio, conforme noticiámos na altura. (ver DINAMARCA: Cecillia é a mais recente vítima da violência transfóbica: à martelada ).
Segundo o jornal Politiken, Mundt afirma sofrer de problemas relacionados com o sono, a fala e mobilidade após o ataque, e ainda tem medo de andar sozinha pela cidade.
Apesar desses problemas, ela apareceu no tribunal para ouvir o veredicto contra AH.
"Sinto-me bem porque a justiça venceu e o agressor foi condenado por um crime de ódio", afirmou ao Politiken. "Eu não o conheço, mas isso é o que ele me fez."
AH explicou em tribunal que se aproximou de Mundt na Estação Central de Copenhaga e, pensando que ela era um homem, perguntou-lhe por que ela estava vestida daquela maneira.
Afirmou que Mundt, de seguida, ofendeu-o com impropérios racistas, o que o deixou com raiva e levou-o a segui-la por várias centenas de metros e, então, atacá-la.
O júri não concordou com a versão dos acontecimentos descrita por AH e considerou-o culpado de dois crimes: um crime de ódio e ofensas corporais graves.
A lei de crimes de ódio existe desde 2005 e permitiu ao juiz, neste caso, proferir uma sentença muito mais dura do que se AH só tivesse sido considerado culpado de ofensas corporais graves. A sentença será lida a 24 de Outubro, na sequência de uma avaliação psicológica.
Segundo o tablóide Ekstra Bladet, AH foi condenado em duas ocasiões anteriores por agressão. Em 2009 recebeu uma pena suspensa de 60 dias e em 2011 foi condenado a quatro meses de prisão.
De acordo com a agência local PET, o número de notificações por crimes de ódio sexualmente motivados subiu de 23 em 2011 para 33 em 2012, sendo que condenações por crimes de ódio são raras na Dinamarca.
Um relatório de 2011 pelo Institut for Menneske Rettigheder, uma organização nacional de direitos humanos apenas registou um punhado de outros casos de crimes de ódio desde que a legislação entrou em vigor. Este relatório também contradiz que este seja de facto o primeiro crime de ódio como afirmava o jornal Politiken.