Segundo o jornal Global Times, na China há cerca de um milhar de transexuais, e Pequim decidiu aumentar as condições para a mudança do sexo.
Entre as novas exigências está a obrigatoriedade de demonstrar que se viveu com uma pessoa do sexo oposto durante, pelo menos, dois anos, (ou seja, ao contrário dos países ocidentais, que associam a transexualidade à homossexualidade, a China associa-a à heterossexualidade, indiferentes à orientação sexual de cada um, tanto num caso como no outro) e ter-se demonstrado uma inabalável vontade de realizar a operação por pelo menos cinco anos (exageradamente longo este tempo de espera).
Do mesmo modo, o Governo exige a certificação de se ter frequentado um ano de terapia psicológica e de um compromisso por parte da polícia para emitir um novo cartão de identidade para a pessoa após a operação. (se o processo clínico demora um ano, como se prova ter a vontade de fazer a cirurgia durante cinco anos?)
O Ministério publicou o regulamento no seu site para reunir e estudar as opiniões das autoridades locais neste contexto, o que se prolongará até 10 de Julho.
Porta-vozes do ministério contactados telefonicamente recusaram comentar a evolução na legislação transexual.
A legislação afecta também os serviços médicos a que o doente pode recorrer se desejar a cirurgia. Só o poderão fazer em hospitais que tenham um "Comité de Ética" para avaliar os requerimentos e um serviço de cirurgia, com mais de cinco anos de experiência em intervenções cirúrgicas desta natureza.
O governo comunista da China tem sido sempre muito relutante em reconhecer homossexuais e transexuais, embora na semana passada as associações homossexuais do país tenham realizado pela primeira vez um evento do Orgulho Gay em Xangai para reivindicar o "primeiro passo em direção a algo maior."