Esta campanha será realizada simultaneamente em 29 cidades de 17 países, com o objetivo de eliminar o "transtorno de identidade de género" dos manuais de saúde mental da American Psychological Association (APA), a ser publicado em 2012.
De acordo com a Frente, a mobilização convocada para 17 de outubro tem as suas origens na iniciativa das Manifestações trans para a visibilidade em Paris (Existrans) que acontecem nos últimos dez anos. A essas acções, juntaram-se alguns grupos espanhóis que incorporaram à luta as identidades transgénero. "As primeiras acções ocorreram em Madrid e Barcelona em 2007, e em 2008 já eram 11 as cidades que se mobilizaram a 17 de Outubro contra a patologização trans.
Angie Rueda, membro da Frente Trans, disse que a nova versão do Manual de saúde mental aparecerá em 2012, considerando necessário "aprofundar as nossas acções e difundir as nossas opiniões sobre uma questão fundamental para nós".
Angie afirma que é necessário concentrar esforços numa expressão coordenada com o maior número de cidades possível no próximo 17 de Outubro para exigir a "despatologização das identidades trans". Assim, afirmou, a campanha internacional que durará até 2012 chamada "Stop Trans Pathologization 2012" pretende unir todas as acções contra estas classificações.
A Frente, composta por indivíduos, grupos e organizações trans, também exige que se retire a referência ao sexo nos documentos oficiais, bem como a supressão dos tratamentos não autorizados pelos próprios das pessoas intersexuais, acesso gratuito a tratamentos hormonais e cirurgias sem psiquiatrização forçada, e a formação educacional e integração social e ao emprego das pessoas trans, a fim de combater a transfobia.
Durante o último Congresso Nacional de Sexologia e Educação Sexual realizado pela Federación Mexicana de Educación Sexual y Sexología realizado em Oaxtepec, Morelos, a Frente Trans convidou os participantes a aderirem a esta campanha, e informou que até agora se confirmaram mobilizações em cidades da Turquia, Espanha, Alemanha, Colômbia, Bélgica, Argentina, Brasil, Venezuela, México, França, Perú, Portugal, Reino Unido, Canadá, Equador, Chile e E.U.A..
Como minha opinião pessoal, caso esta reivindicação se realizasse, seria um verdadeiro tiro no pé para as pessoas transexuais portuguesas, pois os países que se juntam nesta demanda antes de garantirem os tratamentos e cirurgias pelos respectivos serviços de saúde, são países onde estes tratamentos e cirurgias não estão incluídos nos respectivos serviços de saúde gratuitamente. Ou seja, em vez de se assegurar este benefício a nível mundial, está-se a arranjar maneira de o retirar aos poucos países que dele usufruêm.
