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Sexta-feira, 7 Agosto 2009 12:16

ARGENTINA
Travestis denunciam à justiça abusos policiais



PortugalGay.pt

Cansadas de serem arbitrariamente detidas e de receberem insultos e roubos por parte das forças policiais de Villa Maria, cinco travestis e transexuais apresentaram-se nos tribunais e fizeram cinco queixas crime por abusos e maus-tratos recebidos nos últimos tempos pelas forças policiais, tendo sido um episódio acontecido no fim-se-semana que as levou a dizer "Basta!".


“Fanny” Bustos, “Jessica” Núñez, “Vanesa” Cufré, “Celeste” Cabrera y “Jennifer” Astargo, acompanhadas por “Daniela” Lorca (que fez uma exposição dos factos) y “Valeria” Roldán, apresentaram-se a meio da manhã na Fiscalía de Instrucción del Segundo Turno, tendo o secretário, Guillermo Picco, recebido as cinco denúncias.

Todas afirmaram que vêm sendo objecto de agressões verbais de alguns polícias que as interceptam no centro da cidade, que as insultam e tratam discriminatoriamente por serem trans. Um nome, segundo se apurou, apareceu como denominador comum: o sargento Ariel Colombatti, apontado como o mais acérrimo acossador quando as vê no centro da cidade.

Mas a gota de água que fez transbordar ocorreu entre sexta-feira à noite e segunda-feira ao meio-dia, quando três das travestis foram detidas por uma alegada contravenção.

"Celeste", "Jessica" e "Valeria" relataram que, durante o período de detenção vários polícias as trataram "como animais" e um deles puxou o cabelo de Celeste após dizer, em tom de gozo, que lhe puxaria a peruca.

"Tratadas como animais, não as deixaram ir ao wc e tiveram que urinar no chão ou numa garrafa", disse com indignação "Daniela" ao ser inquirida pela imprensa após a queixa judicial. Acrescentou: "Insultaram-nas, riam-se delas e fizeram piadas discriminatórias."

A queixosa explicou que o violento episódio foi o que as fez optar por irem ao tribunal a fim de pôr cobro aos abusos continuos de que são vítimas.

Do mesmo modo, "Daniela" destacou "o excelente tratamento que tiveram no tribunal" e reconheceu o apoio que lhes foi concedido por pessoas dos Direitos Humanos da Central de Trabajadores Argentinos (CTA), particularmente o seu dirigente Jesus Chirino, que a acompanhou na apresentação das queixas.

Finalmente, note-se que as pessoas em questão têm entre os 19 e os 26 anos e nem todas ganham a vida através da prostituição.

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