O anúncio de página inteira mostra uma foto de uma menina e inclui o texto: Por favor. Não me confundam. Sou uma menina. Não me ensinem a questionar se sou um menino, transexual, transgénero, intersexo ou dois-espíritos. Também inclui variadas citações de material fornecido aos professores das escolas de Toronto, por exemplo aconselhando-os a porem os alunos a escreverem versões com géneros flexíveis de contos tradicionais e a lerem o livro infantil Gloria Vai Ao Gay Pride. O anúncio, patrocinado pelo ultra conservador Institute for Canadian Values, apresenta estas lições opcionais como obrigatórias, de acordo com o jornal gay Xtra!
O anúncio reaviva a campanha StopCorruptingChildren.com lançada no ano passado para protestar as propostas de revisão dos currículos sobre educação física e de saúde que incluiriam uma maior educação para crianças transgénero. realça o Xtra!. Também apela a todos os candidatos das eleições provinciais de Ontario de 6 de Outubro para se oporem a estas alterações.
O jornal National Post prometeu averiguar porque foi publicado o anúncio, fazendo notar que o mesmo não se insere nos habituais padrões do jornal. Activistas LGBT denunciaram largamente o anúncio no Twitter e outras redes sociais, e o activista trans Chase Joynt respondeu com um anúncio paródia com a sua própria foto e texto incluindo Por favor! Não me insultem e Ensinem-me a questionar tudo.
Entre o que se tornou uma furiosa controvérsia, o Toronto District School Board (TDSB) defende o curriculo de lições que ensinem crianças a questionarem os papéis de género tão cedo.
Kenneth Jeffers, coordenador do programa de prevenção da violência de género do TDSB, declarou que o anúncio tenta criar a ideia de que algo está errado no que estamos a fazer. Nada pode estar mais longe da verdade. As crianças aprendem sobre géneros numa idade muito jovem. Rapazes e raparigas têm ideias muito estereotipadas sobre como um jovem deve parecer e agir. Não existe nada de errado em dizer-se que isso é verdade para alguns mas não para outros.
Jeffers afirma que o intuito não é fazer as crianças questionarem-se sobre o seu género, mas dar um safanão a ideias enraizadas sobre o que constitui o comportamento normal de género, para que se um rapaz aparecer na escola com uma t-shirt cor de rosa ou decidir ter lições de ballet não se torne alvo de bullying.
Um estudo pelo grupo gay Egale Canada descobriu que 74 por cento da juventude trans admitiu ter sofrido assédio verbal pela sua expressão de género e 37 por cento admitiram ter sofrido violência física.
O National Post emitiu entretanto um pedido de desculpas por ter publicado o anúncio. A declaração (não assinada) foi postada online e declara que neste caso os procedimentos de veto não forem devidamente seguidos e que um anúncio que não devia ter sido publicado na sua forma original foi-o. A declaração afirma que o anúncio não tornará a ser publicado e que o dinheiro recebido pela publicação será doado a uma organização que defenda os direitos de lésbicas, gays, bissexuais e transgéneros.