O referendo, que está a fazer subir a temperatura política no país, destina-se a pôr fim às leis restritivas do país sobre a fertilização e outras formas de procriação medicamente assistida. O voto no "sim" permitirá levantar a interdição sobre a pesquisa em embriões e pôr fim à limitação do número de óvulos que são usados em cada tentativa de inseminação. Também acabará com as proibições sobre os dadores de óvulos ou esperma e removerá a legislação que dá aos óvulos fertilizados direitos legais.
Os grupos católicos têm feito passar a mensagem de que "a vida não pode ser referendada", apelando aos italianos para que não votem. Se o referendo tiver um apoio inferior a 50 por cento será considerado inválido e a lei permanece inalterada.
Os promotores do referendo acusam a Igreja de se imiscuir em questões políticas e pediram a intervenção do Presidente da República, para que venha a público lembrar a separação entre o Estado e a Igreja. Para a deputada Gloria Buffo, do Partido Democrático de Esquerda, o maior da oposição italiana, esta atitude da Igreja "tem de ser denunciada e rejeitada de forma firme". De outro modo, disse, "Itália tornar-se-á no único Estado sectário da Europa".
"Ninguém diz que a Igreja não tem direito a ter opinião sobre a matéria, mas a hierarquia católica não deve levar a cabo campanhas eleitorais que interfiram com o processo de voto num país que se quer soberano", defendeu a líder do Partido Radical, Daniele Capezzone. A esta acusação Bento XVI responde que a Igreja está a defender a vida humana.