Ao comentar o escândalo de abusos sexuais, Cañizares, Prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, declarou segundo a APF: "Não é comparável o que pode ter acontecido em alguns colégios com as milhões de vidas destruídas pelo aborto".
A declaração foi ecoada na imprensa espanhola e provocou a reacção do governo socialista, o mesmo que aprovou a mudança da lei que permitirá a interrupção da gravidez a pedido da mulher até às 14ª semana. Recorde-se que em Portugal a lei já existe mas apenas até às 10 semanas, e a lei anterior em Espanha apenas permitia a interrupção voluntária da gravidez em situações de "perigo grave" da grávida.
A ministra da Saúde e Política Social, Trinidad Jiménez, indicou que "é muito grave e irresponsável relacionar abusos sexuais contra menores com o aborto". "Estamos a falar de assuntos completamente diferentes. Os abusos sexuais são normalmente cometidos em menores contra sua vontade e afectam de forma terrível toda a sua vida", acrescentou.