As críticas vêem de todos os lados. Mesmo depois de passar quase uma semana a promover a Igreja Católica e a visita do Papa o Presidente é arrasado pelo cardeal-patriarca de Lisboa. Em declarações à Rádio Renascença chegou mesmo a dizer que se fizesse o veto "ganhava as eleições". Para José Policarpo a medida devia ser vetada a todo o custo, e o argumento de que em momentos o parlamento deveria se concentrar noutras questões falhou pois seria "um gesto dele como pessoa".
Também João César das Neves, conhecido cronista católico ultra-conservador, revela ao jornal i que a atitude do Presidente "terá certamente bastante influência nas Presidenciais e será muito negativa", novamente reforçando a falta de "tomada de posição pessoal do Presidente". E vai mais longe considerando a possibilidade de haver um outro candidato de direita às próximas eleições presidenciais.
Já Roque de Cunha Ferreira, médico católico e activista anti-escolha, considerou uma "hipocrisia monumental" a atitude de apoiar o Papa na semana anterior e promulgar o casamento para gays e lésbicas na semana seguinte.
E a plataforma que pretendia o referendo também não poupa críticas, alegando que a medida do Presidente poderia levar à "divisão da sociedade portuguesa num momento em que é tão necessária a coesão nacional.
E até Santana Lopes, membro ferrenho do "PPD-PSD" e normalmente apoiante de Cavaco Silva revela em reportagem ao i que a "posição de Cavaco sobre casamento gay fez-me repensar apoio".
Recorde-se que caso Cavaco Silva vetasse a lei, tal medida teria apenas o efeito de atrasar por algumas semanas a sua aprovação visto o apoio claro da maioria no Parlamento à mesma.