Ander, de Roberto Cáston (Espanha), é o filme vencedor na categoria de Longa-Metragem de Ficção (1.000,00 EUR), segundo o Júri "porque desafia a moda centrada na juventude e nos ambientes urbanos e põe em causa os estereótipos da vida rural, oferecendo uma alternativa corajosa e tocante aos tradicionais padrões de comportamento?. O filme, que analisa as tensões sexuais e desejos entre um solitário agricultor basco de meia-idade e um imigrante peruano mais novo, foi ainda referenciado por ?explorar a crescente solidariedade entre as personagens bem desenvolvidas, tecendo as suas histórias de forma tocante, pungente e subtil". A decisão coube ao escritor Richard Zimler (E.U.A., Portugal), à actriz e encenadora Isabel Medina (Portugal), ao crítico de cinema Boyd van Hoeij (Luxemburgo), à programadora Florence Fradelizi (França) e à programadora e distribuidora Ricke Merighi (Itália).
O Júri decidiu atribuir o prémio para Melhor Actriz a Mina Orfanou "pela interpretação intensa e tocante; pela energia e entrega física" em Strella: a Woman`s Way, de Panos Koutras (Grécia). Foi também mencionada a forma como a actriz "vai da alegria ao desespero, denotando um vasto espectro de emoções e proporcionando ao público o retrato brilhante de uma mulher transexual com profundos conflitos emocionais."
Josean Bengoetxea arrecadou, por sua vez, o prémio para Melhor Actor "dada a sua presença autêntica, intensa e sempre convincente" em Ander, de Roberto Cáston filme em que, "expondo corajosamente o seu corpo, traz ao ecrã a vulnerabilidade de alguém tentando arduamente encontrar-se a si mesmo."
De referir, ainda, uma Menção Especial para Rabioso Sol, Rabioso Cielo do mexicano Julián Hernández, "por oferecer ao espectador uma experiência de 3 horas de puro cinema, em que as emoções são geradas pelo movimento das imagens e dos actores, como se de uma dança se tratasse."
Quanto ao Prémio para o Melhor Documentário (1.000,00 EUR), foi atribuído a Fig Trees, de John Greyson (Canadá), pelo psicólogo Nuno Nodin (Portugal), pela programadora Melissa Pritchard (Alemanha) e pelo realizador Oded Lotan (Israel). "A realização rica e complexa exige o envolvimento do espectador através da sua inteligente combinação de elementos formais clássicos, que se articulam de forma bastante impressionante", referiu o Júri que ressalvou, ainda, a importância da temática desta ópera documental, o VIH-Sida. "Uma questão que deixou de estar na moda nos dias de hoje e cujo tratamento é importante para todos."
O Júri atribuiu ainda uma Menção Especial ao documentário austríaco Verliebt, Verzopft, Verwegen, de Katharina Lampert e Cordula Thym, "um bem construído primeiro filme que oferece um vislumbre do nosso passado através do retrato optimista de lésbicas mais velhas e suas vidas."
A melhor curta-metragem, Prémio do Público, é Yo Sólo Miro, o primeiro trabalho do espanhol Gorka Cornejo.
Veja toda a programação em www.queerlisboa.org .